Título Original: Bettie Page Presents: The Librarian
Autora: Logan Belle
Editora: Editorial Planeta
Número de páginas: 328
Sinopse:
A jovem Regina Finch adora livros e sente-se feliz porque conseguiu o
seu emprego de sonho: trabalhar na New York Public Library. Mas o que
parecia ser a promessa de uma rotina tranquila no meio de clássicos da
literatura revela-se um irresistível jogo de sedução quando conhece o
enigmático Sebastian Barnes. Um dia Regina descobre por entre os
corredores do santuário bibliotecário uma tórrida cena sexual entre
Sebastian e uma funcionária. Uma mistura de repulsão e desejo consome
Regina e uma paixão despertará na jovem sensações jamais imaginadas. Uma
tarde repara num livro sobre a vida de Bettie Page. Com estes trunfos,
Regina espera descobrir a sua destreza sexual e seduzir o homem que ama.
Opinião:
Acabei de o ler ontem de madrugada, por isso a opinião é relativamente fresca e fofa.
Posso começar por dizer que tinha algumas expectativas formadas quando comecei a ler o livro, e, ingenuamente, apesar do que a sinopse induz, não pensei que se fosse desenrolar da seguinte forma.
Regina Finch é uma jovem que, tal como nós, leitoras, adora livros (quem não?) e cujo emprego de sonho está ao alcance de uma mão - trabalhar na New York Public Library, é algo que almeja desde sempre e que consegue, depois de sair de baixo das asas da mãe, em Filadélfia.
Regina é o tipo de jovem tímida, escondida por detrás de uma franja ao estilo de Bettie Page, um cisne por descobrir, e por entre as muitas fileiras de estantes, e de milhares de livros que lhe dão o conforto exacto para que se sinta feliz e realizada. De certa maneira não foi difícil simpatizar com a personagem, ao mesmo tempo que vivia as descrições da bela biblioteca, enquanto me perguntava se tinha passado por ela durante a minha estadia em Nova Iorque.
Vive com Carly, a companheira de casa abastada, que em tudo é diferente de si, mas que, de alguma maneira, é possível estabelecer uma relação que a vai ajudar ao longo da narrativa.
Apesar da acalmia costumeira das bibliotecas, Regina vê todo o seu mundo abalado quando se depara com Sebastian Barnes:
"um homem alto e de ombros largos" que "levantou para ela uns olhos aveludados, castanho-escuros, quase negros", "a esboçar um sorriso tão sedutor que a deixou sem fala. Tinha as maçãs do rosto salientes, um nariz fino e uma minúscula cova no queixo. O cabelo era negro e brilhante, m tanto comprido, a cobrir-lhe o colarinho da camisa." (pág.20/21)
Pronto, acho que ficou assente que o homem é um achado. Pelo menos, a autora projectou-o como um espécime de tirar o fôlego e o discernimento à nossa querida protagonista.
Mas desengane-se quem pensa que por detrás do aparência impecável e fatos engomados não existe mais. Sebastian nutre uma paixão pela fotografia, que transparece na sensualidade das inúmeras mulheres que fotografa, e o seu encontro com Regina despoleta muitas emoções, incluindo o desejo de a possuir.
É aqui que para mim a história descarrila e começo a perder vontade de prosseguir na leitura.
Sei que é um erro sacrossanto comparar leituras, e o meu perdão á escritora, mas parece que depois de ter lido as Cinquentas Sombras de Grey, de E.L. James, todos os livros eróticos giram á base do mesmo. Do que li sobre o assunto, e da posterior pesquisa que fiz, já tenho uma certa noção sobre o BDSM (Bondage, Discipline, Sadomasochism) e não me surpreende as cenas que são descritas, com ou sem uso de instrumentos auxiliares, ou apenas com o poder do domínio que o dominador tem sobre o submisso.
A relação entre Sebastian e Regina é claramente de dominador e submisso. E confesso que me fez espécie todo o tratamento formal, tão típico de quem toma o chá das cinco, e de todas as ordens expressas, sob o risco de castigo, apesar da proximidade que o comportamento de Sebastian traduz em relação a Regina. Se bem que o próprio acaba por admitir, muito á semelhança de Christian Grey, tratar-se de uma obsessão.
No geral não foi tudo terrível. Reconheço que a intervenção de Sebastian, chamemos-lhe assim, contribuiu para o despertar de Regina, que, no início era não mais que um suposto patinho feio, e, pela altura do desfecho, se transformara numa mulher mais decidida e segura de si, com consciência dos seus limites e até onde desejara ir para conquistar o homem que amava. (E por esta altura já se tratavam por tu. Enfim.)
Não é uma leitura desagradável, é maioritaramente pontilhada por cenas descritivamente quentes e eróticas, muito características do estilo sensual/erótico; e pelo meio, a autora dá-nos a conhecer a biblioteca que faz de cenário central da narrativa, assim como alguns detalhes sobre a profissão. E confesso que fiquei algo curiosa com Bettie Page, a qual sabia apenas ser um modelo pin-up muito célebre no seu tempo.
Classificação: 2,5/5