quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Retrato de Família - Jojo Moyes, opinião

Depois de uma longa ausência, (por vezes, as pausas também são necessárias), estou de volta às leituras.
E trago comigo um livro que já li há algum tempo e me surpreendeu muito.
 
Título Original: Sheltering Rain
Autor: Jojo Moyes
Editora: Porto Editora
Número de Páginas: 416

Sinopse:
1953, Isabel II é coroada. A comunidade inglesa em Hong Kong reúne-se para celebrar o acontecimento. Para Joy, trata-se apenas de mais uma reunião enfadonha, idêntica a tantas outras. Mas a sua vida transformar-se-á nessa mesma noite ao conhecer o jovem oficial da Marinha Edward Ballantyne. A impulsiva proposta de casamento após um breve encontro parece ser a resposta a todos os desejos de Joy.

Mais de quarenta anos volvidos, Joy e Edward vivem na Irlanda e a sua relação com Kate, a filha, e Sabine, a neta de dezasseis anos, é distante e fria. Em Londres, Kate tenta resolver mais uma das suas inúmeras crises amorosas e, numa tentativa de proteger Sabine, decide que ela vá passar umas férias com os avós.

Para surpresa geral, Sabine parece adaptar-se bem à vida no campo e ao difícil temperamento da avó. Até que o súbito agravamento do estado de saúde de Edward obriga Kate a um inesperado regresso à casa de família, reabrindo as velhas feridas que a separam de Joy. Que segredos afastam mãe e filha? Poderá Sabine unir duas gerações tão diferentes, ou cairá também ela no silêncio que as separa?

Sobre a Autora:
Jojo Moyes nasceu em 1969 e cresceu em Londres. Estudou jornalismo e foi correspondente do jornal The Independent até 2002, quando publicou o seu primeiro romance, Retrato de Família, e resolveu dedicar-se à escrita a tempo inteiro.
Publicou depois Foreign Fruit (2003), The Peacock Emporium (2004), The Ship of Brides (2005), Silver Bay - A Baía do Desejo (2007), Um Violino na Noite (2008), The Horse Dancer (2009) e A Última Carta de Amor (2010), título que obteve o prémio Romantic Novel of the Year.
Jojo Moyes foi uma das poucas autoras a ganhar por duas vezes o prémio Romantic Novel of the Year, primeiro com Foreign Fruit e agora com A Última Carta de Amor. Do catálogo da Porto Editora constavam já os seus romances Silver Bay - A Baía do Desejo, Um Violino na Noite e Retrato de Família.


Opinião:
Este foi um livro que me surpreendeu pela positiva.
A sinopse dá-nos a ideia geral que a história gira à volta de três gerações: Joy, a avó; Kate, a mãe, e Sabine, a filha. Todas elas separadas por um desentendimento criado por falta de compreensão, e que só o tempo e Sabine poderão reparar.
Mas no fundo é muito mais do que isso. No fundo, é um livro que retrata a importância dos laços familiares e a importância da família em si.

O início da história situa-se na juventude de Joy, no dia em que a Princesa Isabel II é coroada, e Joy vislumbra o bilhete para a sua liberdade, através de Edward Ballantyne, um oficial da marinha e seu futuro marido.
A partir daí, o leitor é viaja em planos alternados, onde lhe é dado a conhecer o desenrolar da vida de Joy e Edward, ao mesmo tempo que o presente relata a relação disfuncional de Kate com a filha adolescente, e do modo como a última vai reatar a relação com os avós, enquanto passa uma temporada na Irlanda.

A autora faz ver que não há famílias perfeitas. Esta então está longe de o ser, pois, por detrás desse quadro bonito, escondem-se os problemas, dilemas, conflitos, enfim, tudo e mais alguma coisa, por que cada família passa.  Embora esteja tudo tão enraízado, as três vão ter de aprender a fazer cedências e a pôr os feitios e temperamentos fortes de lado, de modo a que novos laços possam sobrepôr-se aos que jazem quebrados e esquecidos.
E este é o retrato de uma família que, tendo passado décadas desfragmentada,  tem de aprender a ser novamente um todo, ainda que para isso seja necessário recordar o passado e desenterrar alguns segredos que se julgavam há muito esquecidos.

Este foi um livro em que senti que cresci.
Ao longo da narrativa revi o meu papel de filha, que nem sempre compreende ou se insinua impetuosa, e percebi uma vez mais, que independentemente das falhas e diferenças, a família é um dos alicerces que de mais importantes temos na nossa vida e o qual devemos estimar e manter sempre junto de nós.

Foi um livro que gostei muito de ler e que recomendo, pois, consegue surpreender até o leitor mais distraído.


Classificação: 4/5

segunda-feira, 22 de outubro de 2012