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domingo, 29 de janeiro de 2017

Chegaram à estante

Olá olá!

Desde que regressei, tenho andado numa roda viva entre relatórios de estágio e pôr o sono em dia, que as leituras têm andado paradas. E neste post quero partilhar convosco os livrinhos que chegaram no mês passado. 

Dezembro foi um mês de novas aquisições, não só devido ao Natal mas porque nem os 9212km de distância me impediram de adicionar alguns livros à estante eheheh (sou uma livrólica incurável)

Ora então, das colecções que tenho por completar, trouxe para casa dois livrinhos de que já estava à procura faz um bom tempo:  e decidi estrear-me numa autora que já tinha alguma curiosidade. Tudo isso.... tum-tum-tum, a um preço bastante simpático. Uma ovação às alminhas que os vendem em 2a mão, e, acima de tudo, em excelentes condições!



Em terras angolanas (através da pouca net :p) completei a série As Flores Mais Raras, com Perigosa, de Madeline Hunter -, faltando assim o 1º e o 3º livros d'O Quarteto Fairbourne para completar a mais recente série da autora.

Da autora Lesley Pearse, És o meu Destino. Sobrando a obra Confia em Mim.

Por último, adicionei à estante Amor por encomenda, de Catherine McKenzie.







Por sua vez, o pai natal foi um fofo e trouxe-me A Rapariga no Comboio, de Paula Hawkins, e Catarina de Habsburgo - Rainha de Portugal de Yolanda Scheuber.

Já tinha alguma curiosidade de ler a obra de Paula Hawkins, principalmente depois de ler opiniões que o apontaram directamente para a minha wishlist, depois foi adaptado ao cinema e agora tenho a oportunidade de ler e vê-lo.

Por outro lado, as minhas andanças pelo mundo histórico andam escassas, por isso também vai ser bom voltar a viajar até ao passado, conhecendo a história de Catarina de Habsburgo.


Por agora vou aventurar-me no "Amor por Encomenda" e fazer uma pausa com o que penso ser um romance levezinho. E por aí, o que andam a ler? :)

Boas leituras!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

De Amor e Sangue - Lesley Pearse, opinião

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Título Original: Hope

Autora:Lesley Pearse
Editora: Edições Asa
Número de Páginas: 664
 
Sinopse:

Somerset, 1836.
A recém-nascida Hope é a prova viva do adultério da mãe, a aristocrata Lady Harvey. A sua chegada a este mundo não é festejada e as lágrimas em seu redor não são de alegria. Imediatamente arrancada àquele meio privilegiado e entregue nas mãos dos Renton, uma família pobre mas acolhedora, Hope cresce sem saber a verdade sobre as suas origens. E quando chega o dia em que também ela tem de começar a contribuir para o sustento da família, é precisamente para os Harvey que trabalha. Deslumbrada perante a mansão luxuosa, a elegância dos seus patrões e a beleza que os rodeia, Hope enfrenta com brio e gratidão a extenuante rotina de trabalho.
Mas a descoberta de uma ligação proibida vai lançá-la sozinha para as ruas, para uma vida de miséria e solidão. É na adversidade, porém, que descobre uma força interior que desconhecia, bem como um talento para ajudar os mais fracos. Trata-se de um dom que não passa despercebido ao Dr. Bennett, que a leva consigo para a Crimeia, para ajudar a tratar dos feridos vindos dos sangrentos campos de batalha. Mas os segredos do passado teimam em vir ao de cima, e Hope tem ainda um longo caminho a percorrer na tentativa de enfrentar o legado do seu nascimento. 


Opinião:

Como vou estar longe de casa durante alguns meses, achei que não podia faltar uma obra de Lesley Pearse para viajar comigo. Confesso que já não me recordava bem da sinopse, e, em boa verdade, não me dei ao trabalho de voltar ao livro e ler. Que coisa mais simples. No entanto, talvez tenha acertado e quiçá por isso tenha sentido que o li na altura certa.

"Dizia-se que as crianças fadas vinham a este mundo para dar boa sorte. Podiam ser reconhecidas pela sua chegada inesperada, pela sua extraordinária beleza e doçura de carácter" (p.12 §9)

Hope Renton reúne todas essas características. Apesar das suas origens ligadas à aristocracia, Hope acabou por ser criada no seio de uma família unida, tendo assim a oportunidade de conhecer o amor e carinho dos pais e dos irmãos, o gosto amargo do trabalho árduo e da perda, assim como o sentimento gratificante de ajudar o próximo. 
Uma vez mais, Lesley Pearse junta os ingredientes essenciais para criar uma personagem feminina cuja força e fé irão ser testadas até ao limite. E uma vez mais, a autora não nos desilude.

Hope cresce à margem do que lhe é legado por direito - convive com a sua mãe, que igualmente desconhece os laços que as unem - e quando alcança algo pelo qual tanto trabalho, é-lho tirado sem cerimónias. Todavia, nem nos momentos de maior fraqueza, desistir é uma hipótese. E é na desesperança que se abrem novas portas que a levam por caminhos que jamais teria imaginado para si.

Paralelamente à personagem de Hope, quero salientar que Nell teve um papel muito importante no desenrolar da história. Houve momentos em que senti alguma irritação perante a sua resignação e submissão face aos obstáculos. Porém, também foi para mim uma surpresa a transformação que esta personagem sofreu, e, posteriormente, o impacto que teve ao tocar a vida de diferentes personagens.

Anteriormente, partilhei convosco a minha surpresa por ter escolhido tão bem este livro para levar comigo em viagem. *alerta spoiler!* A vida de Hope leva-a a ser enfermeira e a partir para os campos de batalha, onde iria cuidar dos soldados feridos. Penso que esse foi mais um factor que me levou a sentir tanta afinidade com esta personagem, estando eu a concluir a minha caminhada para ser enfermeira. Associada a esta temática, apreciei bastante o pormenor de Lesley Pearse ter citado por várias vezes Florence Nightingale, um dos símbolos mais emblemáticos da Enfermagem.

Lesley Pearse não desilude nesta sua obra que nos leva a viajar pelos campos de Somerset até aos cenários desoladores na Crimeia, onde a verdade acaba por se revelar, unindo os pontos que o destino havia tecido de forma indelével.


Classificação: 5/5

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Baunilha e Chocolate - Sveva Casati Modignani, opinião

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Título Original: Vaniglia e cioccolato
Autora: Sveva Casati Modignani
Editora: Edições ASA
Número de Páginas: 464
Sinopse:
Um casamento em crise: como se a baunilha e o chocolate já não combinassem tão bem como outrora... O grande "clássico" de Sveva Casati Modignani.

O que se passa com Penelope e Andrea após dezoito anos de um casamento quase perfeito? A baunilha e o chocolate já não combinam? Impossível! Desde sempre, apesar do contraste de cores e sabores, fizeram uma mistura fantástica, como algumas uniões afectivas, que vão aguentando, aguentando, como que levadas por um vento milagroso. Mas o vento, às vezes, deixa de soprar...

Inesperadamente, Andrea revela-se protagonista de inúmeras escapadelas mal escondidas e o seu comportamento, por vezes, é tão infantil e egoísta que Penelope decide oferecer-lhe um presente: deixá-lo sozinho a lidar com os três filhos e com as inúmeras tarefas domésticas, que até agora pesavam única e exclusivamente sobre os seus ombros. Quanto a ela, refugia-se na casa da família em Cesenatico. A separação revela-se, para ambos, um desafio cansativo e, por vezes, angustiante, mas a verdade acabará por vir ao de cima: o amor que os uniu continua vivo... 

Opinião:

Ainda não tinha lido nada de Sveva Casati Modignani, portanto, foi mais uma estreia literária. Esta leitura permitiu-me fazer uma pausa entre géneros literários de maior suspense, e proporcionou-me uma leitura suave (quase como se fosse uma tarde de primavera *nossa fiquei mesmo inspirada*). 

Em "Baunilha e Chocolate" a autora transporta-nos para uma história de contrastes, onde Penelope, uma mulher cansada de um casamento difícil, resolve tirar um tempo para si, deixando o marido arcar com todas as responsabilidades.

Ao longo do livro, foi interessante conhecer como tudo começou, quando Penelope e Andrea eram nada mais que um casal apaixonado, e ver como com o tempo as transformações se foram operando na sua dinâmica de casal e já com três filhos. Em boa verdade, esta história podia retratar a história de qualquer casal, afinal, todos têm as suas alegrias, problemas e dissabores. E à medida que a trama se desenrola, e a autora deixa a descoberto os desejos de Penelope, é dificil não nos perguntarmos se, cada decisão que tomámos na nossa vida, foi a correcta. E se nos fosse dada a oportunidade de mudar de rumo, se o faríamos, deixando tudo o que construímos para trás.

"Baunilha e chocolate" é mais do que uma boa combinação de sabores, é uma história que leva o autor numa viagem de reflexão e de descoberta, cujo final pode não ser o que idealizámos.

Classificação: 3,5/5

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A Educação de Felicity - Marion Chesney, opinião

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Título Original: Refining Felicity
Autora: Marion Chesney
Editora: Edições ASA
Número de Páginas: 240
Série: Academia de Etiqueta - Vol. 1

Sinopse:

Numa época em que as mulheres da nobreza só dispõem de duas opções - casar ou esperar que um parente rico morra - as irmãs Tribble não têm sorte nenhuma. Não só ainda não encontraram o amor como, após anos de bajulação a uma intratável tia velha, veem o seu nome apagado do testamento aquando da sua morte.
As românticas Amy e Effie Tribble sonhavam com ricos jantares de carne assada e batalhões de criados aduladores mas agora estão oficialmente na penúria. Ironicamente, é neste cenário desolador que lhes ocorre uma ideia brilhante: colocar a sua educação esmerada ao serviço das jovens mais "difíceis", apresentá-las à sociedade e arranjar-lhes casamento.
Não contavam que a sua primeira cliente fosse Lady Felicity Vane, cuja rebeldia ameaça enlouquecer a sua própria mãe e arruinar o projeto sentimental de Amy e Effie. A jovem prefere caçar com os amigos a pensar em casar. Mal ela sabe que o seu suposto pretendente é o homem que mais a irrita (e que mais irritado se sente por ela). Felicity nunca admitirá que o seu coração treme ao ver Charles Ravenswood, principalmente porque o elegante marquês parece não ter paciência nenhuma para as suas extravagâncias. O clima entre ambos é tão tenso que, se soubessem o que as irmãs planeiam, o resultado seria, no mínimo, desastroso…

Opinião:

Amy e Effy são duas irmãs que não podiam ser mais diferentes uma da outra. Effy é uma personagem cuja vaidade se equipara à astúcia de agarrar a riqueza a que considera ter direito. Por sua vez, o que a Amy falta em beleza é compensado pelo seu sentido prático, bondade e lealdade.

Não tendo encontrado mais adjectivos para Effy, podemos assumir que gostei mais da outra irmã. (hihi)

As irmãs vêm o seu destino atrapalhado, quando a fortuna de uma tia (por quem morriam de paixão) lhes é tirada do caminho. Sem fundos para a sustentar, e numa época em que não era bem visto as mulheres trabalharem, as irmãs arranjam uma forma criativa, em que prestam um serviço onde prometem aliviar o desgosto dos pais, tornando as donzelas mais incorrigíveis em damas apresentáveis e prontas a casar.

Felicity - uma jovem rebelde e mimada, que a certa altura não sabe o que quer, mas depois descobre e faz de tudo para o ter - apresenta-se a candidata ideal para a Amy e Effy. No desenrolar da história. as irmãs são ajudadas pelo cavalheiro Ravenswood, que se vê arrastado para as mais diversas situações caricatas. E a obra é então pautada pelos mais variados esquemas da jovem Felicity para fugir a um casamento que não deseja, e um jogo de avanços e arrecuas que termina num desfecho algo esperado.

Já tinha alguma curiosidade em descobrir as façanhas das irmãs Tribble, desde que os livros foram publicados. E de facto, este é um livro agradável de se ler, que ocupa perfeitamente as tardes ensolaradas de verão e o leitor acaba por soltar algumas gargalhadas com o desenrolar da história. No entanto, achei a personagem de Felicity muito superficial e irritante. E penso que esse facto aliado à leitura anterior de um dos livros de Nora Roberts, contribuiu para que ficásse com a sensação de que faltava qualquer coisa.


Classificaçã: 3/5

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Sonhos Proibidos - Lesley Pearse, opinião

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Título Original: Bell 
Autora: Lesley Pearse 
Editora: Edições ASA 
Número de Páginas: 624 

Sinopse: 

Londres, 1910 

Belle tem quinze anos e uma vida protegida. Graças aos cuidados da ama, ela nunca se apercebeu de que a casa onde vive é um bordel, regido com mão de ferro pela sua mãe. Porém, a verdade encontra sempre maneira de se revelar… Para Belle, será no trágico dia em que assiste ao assassinato de uma das raparigas da casa. Ingénua e indefesa, ela fica à mercê do criminoso, que a rapta e leva para Paris, onde se inicia como cortesã. Afastada do único lar que conheceu, a jovem refugia-se nas memórias de infância e acalenta o sonho de voltar aos braços do seu primeiro amor, Jimmy. 

Mas Belle já não é senhora do seu destino. Prisioneira da sua própria beleza, é alvo do desejo dos homens e da inveja das mulheres. Longe vão os anos da inocência e, quando é levada para a exótica e decadente cidade de Nova Orleães, ela acaba por apreciar o estilo de vida que o Novo Mundo tem para lhe oferecer. Mas o luxo e a voluptuosidade que a rodeiam não mitigam as saudades que sente de casa, e Belle está decidida a tomar as rédeas da sua vida. Um sonho que pode ser-lhe fatal pois há quem esteja disposto a tudo para não a perder. No seu caminho, como barreiras fatais, erguem-se um continente selvagem e um oceano impiedoso. Conseguirá o poder da memória dar-lhe forças para sobreviver a uma viagem impossível? 

Opinião: 

Confesso que já andava algo afastada dos livros de Lesley Pearse pelo impacto que têm em mim. E por sugestão de uma grande amiga que andava a ler “A Promessa” deixei-me levar em mais uma viagem tortuosa e não estou nada arrependida! Em “Sonhos Proibidos” a autora remete-nos para um cenário de degradação de um dos bairros mais desfavorecidos de Londres, Seven Dials, que serve de casa a tanta gente sem posses e que é obrigada a sobreviver.

Belle vive resguardada de um dos temas que me causa estranheza e até uma certa aflição – tratando-se de algo que sucede na sociedade desde o início dos tempos e infelizmente ainda marca os dias de hoje: a prostituição. A mãe de Belle, Annie, gere um bordel, o Annie’s place, e tenta proteger a filha dessa realidade, providenciando uma boa educação e impondo regras, mas nada a impede de presenciar um acontecimento que irá mudar tudo para sempre e irá atirar Belle para um mundo de escuridão e de onde é raro escapar.

Como comecei por dizer, Lesley Pearse tem o dom de escrever personagens cuja força é testada ao limite, e onde cada palavra e acontecimento não são escondidos ao acaso, pelo que, ao longo do livro tive muitos momentos em que queria continuar mas dei por mim a interromper a leitura – após findo o respectivo capítulo, claro eneh – ou dava por mim a ler três ou mais capítulos de uma assentada enquanto sustinha  o fôlego.

“Sonhos Proibidos” dá início a uma saga, da qual confesso que só conhecia “A Promessa”, e é um livro tão envolvente como o título nos indica, o qual me arrebatou do início ao fim. Apesar do tema me chocar ao ponto de envolver raparigas tão ou mais jovens que Belle, gostei muito da forma como a autora lhe deu seguimento, colocando muitas pessoas no caminho de Belle, que ao longo da sua jornada, a ensinaram a conhecer a natureza do ser humano, a distinguir o certo do errado, e que havia boas e más pessoas “e aquelas que estavam no meio e tinham um pouco de bom e de mau porque tinham sido danificadas pelas coisas más que lhe tinham acontecido.” * 

Este é um livro envolvente, cuja leitura se torna viciante com descrições tão vividas, capazes de nos suscitar horror, tristeza e alegria, e polvilhada com a dose certa de adrenalina.

Classificação: 5/5 


* Excerto retirado da página 584, 5° parágrafo, linhas 15-17.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Deslumbrante, Madeline Hunter - opinião

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Título Original: Ravishing in Red
Autora: Madeline Hunter
Editora: Edições ASA
Número de páginas: 320

Sinopse:

Numa época em que a reputação de uma mulher é o seu bem mais precioso, Audrianna desafia todas as convenções. Ela é uma jovem determinada, independente… e disposta a tudo para aniquilar o seu adversário, o altivo Lord Sebastian Sommerhayes. A uni-los está um homem: o pai de Audrianna, que morreu envolto nas malhas de uma conspiração. Para Audrianna, essa tragédia significou o fim da sua inocência. Para Sebastian, que liderou a investigação, foi apenas uma morte merecida. Audrianna jurou limpar o nome do pai, mas nunca esperou sentir um desejo tão avassalador pelo homem que o arrasou. A busca pela verdade vai levá-la demasiado longe numa sociedade que é implacável perante a ousadia feminina. Ao ver-se mergulhada num escândalo que pode ser-lhe fatal, Audrianna tem apenas uma inconcebível opção…

Opinião:

Audrianna é uma jovem que deseja profundamente limpar o nome e honra do falecido pai, que, crê ter sido incriminado injustamente. Nessa demanda, porém, não esperava encontrar em Lord Sebastian, não só um oponente à altura, mas alguém que viria a abrir-lhe muitas portas. Lord Sebastian é arrogante, determinado e extremamente atraeente - ingredientes que não escapam à atenção de Audrianna - e, por meio de jogos de sedução e de uma jornada perigosa, descobrem um no outro o que não sabiam estar à procura.

Madeline Hunter é uma das escritoras mais apreciadas no mundo literário, pela sua escrita fluída, diálogos interessantes e enredos e descrições cativantes, em que o amor, invariavelmente se mistura com a sensualidade, resultando em finais fascinantes. Á partida e tratando-se de um romance, podemos prever que o par eleito está destinado um ao outro. No entanto, a beleza da leitura está precisamente nas voltas e reviravoltas que a autora cria em torno da história, levando-nos a presenciar situações ou a reflectir em assuntos que, em circunstâncias do quotidiano, não pensaríamos.

Deslumbrante é o primeiro volume da série As Flores Mais Raras, onde, a par do casal protagonista,  podemos acompanhar o desabrochar de quatro mulheres que, unidas por uma forte amizade, vivem na mesma casa, partilhando experiências, mas nunca se abrindo sobre o seu passado. Embora paralelamente, penso que estes laços enriqueceram a história, pois, após a tragédia que abalou a família de Audrianna, foi ali que a jovem encontrou suporte e conforto, anonimato e força para começar uma nova vida.

Considero-me suspeita, pois já sou uma fã acérrima das obras de Madeline Hunter, mas para além das constantes picardias dentro e fora de lençóis entre Lord Sebastian e Audrianna, gostei muito da maneira como a escritora abordou e progressivamente explorou os sentimentos de culpa e de conflito na complexa relação dos irmãos Sommerhayes, e da forma decisiva com que pontilhou o romance. Por um lado é óptimo quando um par tem a química necessária (por vezes para dar e vender), e que prende o leitor e o leva a ansiar por mais desenvolvimentos, mas por outro, sou da opinião, que um enredo precisa da sua dose de profundidade e coesão entre o conteúdo e as personagens. E, nisso, Madeline Hunter nunca me desilidiu, pelo que aguardo com muita expectativa o próximo volume da série.

Classificação: 5/5

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O Protector - Madeline Hunter, opinião

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Título Original: The Protector
Autora: Madeline Hunter
Editora: Edições Asa
Número de Páginas: 288

Sinopse:

Numa terra sem lei, devastada pela guerra e pelas pragas, Morvan Fitzwaryn, um cavaleiro errante, faz jus à sua honra e protege os mais fracos.
Habituado a ser o melhor, o mais forte, o mais temido, não esperava vir a conhecer um guerreiro cujas qualidades de combate rivalizassem com as suas. Quando se encontram pela primeira vez, é Morvan quem precisa desesperadamente de ajuda. De espada na mão e porte altivo, o guerreiro a quem ficará a dever a vida é, surpresa das surpresas, uma mulher!
Em pouco tempo, a imbatível Anna de Leon torna-se no único prémio digno de ser conquistado... e o único que Morvan não consegue arrebatar.

Sobre a Autora:

Madeline Hunter publicou o seu primeiro romance em 2000. Escreveu já vinte romances históricos e ganhou por duas vezes o prémio RITA, da Romance Writers of America, com Stealing Heaven em 2003 e Lessons of Desire em 2008. Quase todos os seus livros figuraram na lista dos mais vendidos do USA Today e é uma das autoras favoritas da publicação Romantic Times. As suas obras encontram-se traduzidas para doze línguas, tendo vendido seis milhões de exemplares. Para além de Os Pecados de Lord Easterbrook, no catálogo da ASA figuram já os seus romances As Regras da Sedução, Jogos de Sedução e Casamento de Conveniência. Doutorada em História de Arte, dá aulas numa universidade.

Opinião:

Este foi um livro que me foi emprestado no verão de 2011, mas que, não me recordo bem porquê, não acabei de ler... Depois, foi-me oferecido o ano passado pelo natal, e, conclusão, mil anos depois, leio-o do início ao fim :)
Este é o 2º livro (publicado cá) da Saga Medieval de Madeline Hunter.

Anna de Leon é uma mulher que se considera desenquadrada do mundo feminino, por ser mais alta até que a maioria dos rapazes e na sua natureza prática, encontrou um lugar na abadia de Saint Meen. Porém quando um infeliz acaso do destino a leva de encontro ao jovem cavaleiro Morvan Fitzwaryn, as coisas mudam ligeiramente de figura, e o que começa numa estranha amizade, ameaça pôr em risco o que tinha planeado para si.
Quer por aqui, quer pela sinopse ou pelo estilo já tão característico desta autora, podemos adivinhar que há romance no horizonte. E para quem leu o livro que saiu anteriormente cá, "Casamento de Conveniência", sabe que Morvan é um homem, que apesar de honrado, está habituado a ter as mulheres que quer.
Tanto ele como Anna têm personalidades muito vincadas e fortes, por isso não é difícil imaginar que estes dois entram logo em pé de guerra. O que, em certas ocasiões é divertido de ler. E ao longo da história, gostei de acompanhar a evolução destes dois, das cedências que cada um, invariavelmente, acabava por fazer, da paixão que faíscava e borbulhava entre os dois e as picardias que a esse fim levava.
Em termos de época medieval, apenas ilustrada com alguns termos e imagens, confesso que me soube a pouco, mas, no geral, e como já é costumeiro, não me desiludiu.

E no final, este livro conseguiu surpreender-me, porque tudo aquilo de que me lembrava não correspondia propriamente à história que a autora pinta, na sua escrita cativante. E esta é a maravilha de nos encantarmos novamente com uma história que gostamos uma vez, quando na memória se vão desvanecendo alguns detalhes.

Classificação: 4/5

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

As Regras da Sedução - Madeline Hunter, opinião





Título Original: The Rules of Seduction
Autor: Madeline Hunter
Editora: Edições ASA
Número de Páginas: 320

As regras dele vão iniciá-la no mundo do prazer e da sensualidade. As regras dela vão subjugá-lo.

Sinopse:
Hayden chega sem aviso e sem ser convidado - um estranho com motivações secretas e um forte carisma. Em poucas horas, Alexia Welbourne vê a sua vida mudar irremediavelmente. A relação entre ambos é tensa, agitada e incómoda. Para Alexia, Hayden é o culpado da sua desventura: sem dote, ela perdeu qualquer esperança de algum dia se casar. Mas tudo muda quando Hayden lhe rouba a inocência num acto impulsivo de paixão. As regras da sociedade obrigam-na a casar com o homem que arruinou a sua família. O que ela desconhece é que o seu autoritário e sensual marido é movido por uma intenção oculta e carrega consigo uma pesada dívida de honra. Para a poder pagar, ele arriscará tudo... excepto a mulher, que começa a jogar segundo as suas próprias regras…

Sobre a Autora:

Madeline Hunter publicou o seu primeiro romance em 2000. Escreveu já vinte romances históricos e ganhou por duas vezes o prémio RITA, da Romance Writers of America, com Stealing Heaven em 2003 e Lessons of Desire em 2008. Quase todos os seus livros figuraram na lista dos mais vendidos do USA Today e é uma das autoras favoritas da publicação Romantic Times. As suas obras encontram-se traduzidas para doze línguas, tendo vendido seis milhões de exemplares. Para além de Os Pecados de Lord Easterbrook, no catálogo da ASA figuram já os seus romances As Regras da Sedução, Jogos de Sedução e Casamento de Conveniência. Doutorada em História de Arte, dá aulas numa universidade.

Opinião:

Neste livro, Madeline Hunter dá início à saga dos Irmãos Rothwell. 
Hayden Rothwell entra em cena, qual tufão, transformando a vida da família Longworth em pleno caos, e a vida da jovem Alexia Welbourne é levada por arrasto.
Acho que só por isto, pode-se perceber que Alexia não pode ver Lord Hayden nem pintado a ouro... no entanto, a vida prega-lhe uma partida e ela torna-se perceptora e dama de companhia de Lady Wallingford, tia do mesmo. Com a contínua e indesejada convivência entre jantares e serões, Alexia começa a sentir os frutos da crescente atracção por Lord Hayden, contudo, não significa que a aceite. Afinal, como pode ela ceder aos avanços do homem que lhe arruinou a família, por mais sensual e magnético que seja?
Porém, uma vez mais, o destino conspira contra si, e, devido às regras da sociedade, Alexia vê-se aprisionada a um casamento sem amor e para sempre ligada a Hayden Rothwell.
A descoberta de umas relíquias de família, vai abrir-lhe os olhos para uma realidade que lhe era por completo desconhecida, mas não só... Alexia irá perceber que por detrás da tragédia familiar, existe muito mais em cena do que lhe fizeram crer. E munida com as suas próprias armas, começa a jogar segundo as suas próprias regras…

Este é daqueles livros que não me importo de reler várias vezes (desde que já se tenha passado algum tempo, porque isto de se ter uma boa memória, dificulta a sensação de deslumbramento ehehe), pois com a sua escrita cativante e desprendida, Madeline Hunter tem o dom de enlear o leitor por entre os seus enredos. A autora introduz-nos num universo de intrigas e sensualidade, destacando na Mulher um papel importante. No sentido em que lhe abre as portas a uma realidade onde o amor e a sensualidade se conjugam deliciosamente, sem que a submissão seja algo negativo ou unilateral.

Além do mais, adoro um bom romance. Principalmente quando vem com a dose certa de jogos e picardias, história e sentimentos.

Classificação: 4/5

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O Aroma das Especiarias - Joanne Harris, opinião

Demorei assim um bocado a escrever esta opinião, mas finalmente cá está :)



Título Original: Peaches for Monsieur Le Curé
Autora: Joanne Harris
Editora: Edições ASA
Número de páginas: 496

Sinopse:

Vianne Rocher recebe uma estranha carta. A mão do destino parece estar a empurrá-la de volta a Lansquenet-sur-Tannes, a aldeia de Chocolate, onde decidira nunca mais voltar. Passaram já 8 anos mas as memórias da sua mágica chocolataria La Céleste Praline são ainda intensas.

A viver tranquilamente em Paris com o seu grande amor, Roux, e as duas filhas, Vianne quebra a promessa que fizera a si própria e decide visitar a aldeia no Sul de França. À primeira vista, tudo parece igual. As ruas de calçada, as pequenas lojas e casinhas pitorescas… Mas Vianne pressente que algo se agita por detrás daquela aparente serenidade. O ar está impregnado dos aromas exóticos das especiarias e do chá de menta.

Mulheres vestidas de negro passam fugazes nas vielas. Os ventos do Ramadão trouxeram consigo uma comunidade muçulmana e, com ela, a tão temida mudança. Mas é com a chegada de uma misteriosa mulher, velada e acompanhada pela filha, que as tensões no seio da pequena comunidade aumentam. E Vianne percebe que a sua estadia não vai ser tão curta quanto pensava. A sua magia é mais necessária do que nunca!

Sobre a Autora:

Joanne Harris nasceu no Yorkshire, em 1964, de mãe francesa e pai inglês.
Com  Chocolate, Vinho Mágico, Cinco Quartos de Laranja, A Praia Roubada, Na Corda Bamba, Danças & Contradanças, Valete de Copas e Dama de Espadas e Xeque ao Rei (todos publicados pela ASA), conheceu um retumbante sucesso internacional, que a adaptação ao cinema de Chocolate (com Juliette Binoche e Johnny Depp) veio intensificar.
Com Fran Warde, é co-autora dos livros A Cozinha Francesa e do Mercado para a sua Mesa - Novas Receitas da Cozinha Francesa, também publicados plea ASA.
Para mais informações sobre a autora pode consultar o site 

Opinião:


Uma carta da amiga Armand chega à morada de Vianne, em Paris, o local, onde, quiçá, permaneceu durante mais tempo, e fá-la recuar no tempo. Apesar da hesitação inicial, Vianne quebra a sua promessa, e regressa com as filhas à aldeia no Sul de França.
Embora num primeiro olhar tudo pareça igual, o local que fora a sua casa durante aquele tempo está diferente e Vianne começa a perceber aquilo a que Armand se referia. - Sobre este assunto, não consigo deixar de sorrir. Pois, quando a carta chega a Vianne, Armand, apesar de já ter partido, consegue prever os ventos de mudança que se aproximam e pede ajuda a Vianne. (e não vou resistir e vou colocar aqui a passagem referente à carta, porque pessoalmente, gosto muito da sua personagem eheh)

Após a sua chegada, a magia de Vianne vai ao encontro da nova comunidade de Les Marauds, uma comunidade muçulmana que anda mais ou menos em pé de guerra com a comunidade de Lansquenet-sur-Tannes. E durante a sua estadia, Vianne apercebe-se que o aroma dos pêssegos é capaz de envolver o coração mais empedernido e exercer o seu próprio poder sobre os ventos de mudança.

Joanne Harris, encerra, com "O Aroma das Especiarias", a trilogia Chocolate. E, a meu ver, este livro criou um impacto positivo depois da minha leitura do segundo volume "Sapatos de Rebuçado".
Passado oito anos desde a sua partida, quando regressa, apesar da aparência normal à superfície, Vianne encontra uma Lansquenet-sur-Tannes mudada. E aos poucos, também eu me vou apercebendo de pequenos pormenores que se vão destacando ao longo da leitura. Sendo talvez o primeiro e mais notório seja o lugar onde era  La Céleste Praline, outrora uma sinergia das mais ricas cores e aromas, agora enegrecido e marcado pela mudança. (fica aqui uma ponta do véu a pedir para ser desviada eheh)

No decorrer da história, Vianne trava conhecimento com uma família muçulmana que, se a princípio se sente algum receio, a acolhe e às filhas, com afabilidade no seu seio familiar. E sendo esta uma cultura que (corrijam-me se estiver errada) se encontra algo fechada ao mundo, ou mal retratada, gostei muito do facto da autora ter colocado a cultura muçulmana no enredo. Os meus conhecimentos acerca desta cultura eram muito poucos (não que agora sejam muito, muito maiores) e confesso que me deliciei e vi a minha curiosidade satisfeita nalguns pontos.
Todavia, não é só nesse meio que a magia de Vianne toca. Gostei de reencontrar personagens antigas como Josephine Muscat, e ver o impacto, algo turbulento, na nossa protagonista. E foi com alegre surpresa que acompanhei a transformação de uma das personagens que mais controversia gerou desde o início da trilogia. Quem diria que monsieur le Curé seria capaz de tal coisa. Mas apesar de estranho, é verdade que a mudança pode ocorrer nos momentos e nas pessoas mais improváveis...

Em suma, esta história está polvilhada de pequenos grandes detalhes que me fizeram altear a sobrancelha por diversas vezes, assim como ler com um certo frenesim, na esperança de ver o que acontecia no instante seguinte. E à semelhança das suas demais obras publicadas, Joanne Harris tem o dom de cativar os leitores com a sua escrita fluída, envolvendo-nos com suas personagens de certo modo marcantes e singulares e histórias com uma ponta de magia. E esta não foi excepção.

Classificação: 4/5



Querida Vianne,

Lembro-me do primeiro telefone a ser instalado em Lasquenet. Ena! Que alvoroço que causou. Toda a gente queria experimentá-lo. O bispo que o tinha em sua casa, foi inundado com presentes e subornos. Bem, se as pessoas pensavam que era um milagre, imagina o que pensariam que isto é. Eu, a falar contigo do mundo dos mortos. E, para o caso de estares a perguntar-te, sim, há chocolate no Paraíso. Diz a monsieur le Curé que o disse eu. Vê se ele já aprendeu a aceitar uma piada.

Oito anos. Muito pode acontecer, heim? As meninas pequenas começam a fazer - se crescidas. As estações mudam. As pessoas partem. O meu neto, com vinte e um anos! Uma boa idade, lembro - me disso. E tu, Vianne – partiste? Penso que sim. Ainda não estavas pronta para ficar. O que não quer dizer que não o faças algum dia – tem - se um gato dentro de casa e ele só quer voltar a ir lá para fora. Deixa - se lá fora e mia para voltar a entrar. As pessoas não são muito diferentes. Descobrirás isso se alguma vez voltares. E porque é que eu voltaria?, ouço - te perguntar. Bem, eu não digo que seja capaz de prever o futuro. Não exactamente, de qualquer forma. Mas em tempos fizeste um favor a Lansquenet, embora nem toda a gente o visse dessa forma na altura. Mesmo assim, os tempos mudam. Todos o sabemos. E uma coisa é certa; mais cedo ou mais tarde, Lansquenet precisará de novo de ti.

Mas não posso contar com o nosso cure para te avisar quando isso acontecer. Por conseguinte, faz - me um último favor. Volta a Lansquenet de visita. Leva as crianças. E Roux, se ainda estiver aí. Põe flores na campa de uma velha senhora. Não da loja do Narcisse, mas flores a sério, dos campos. Diz olá ao meu neto. Toma uma chávena de chocolate.

Oh, e mais uma coisa, Vianne. Havia um pessegueiro ao lado da minha casa. Se vieres no verão, os frutos devem estar maduros e prontos a ser colhidos. Dá alguns aos pequenitos. Detestava que ficassem todos para os pássaros. E lembra - te; tudo regressa. O rio acaba por trazer tudo de volta.
Com todo o meu afecto, como sempre,

Armand 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Sapatos de Rebuçado - Joanne Harris, opinião




Título Original: The Lollipop Shoes
Autor: Joanne Harris 
Editora: Edições ASA
Número de Páginas: 264

Sinopse:
Sapatos de Rebuçado é mais uma viagem ao mundo encantado de Joanne Harris. Um (esperado) regresso a Chocolate.

Após ter abandonado a aldeia de Lansquenet-sur-Tannes, cenário de Chocolate, Vianne Rocher procura refúgio e anonimato em Paris, onde, juntamente com as suas filhas Anouk e Rosette, vive uma vida pacífica, talvez até mesmo feliz, por cima da sua pequena loja de chocolates. Não há nada fora de comum que as destaque de todos os outros. A tempestade que caracterizava a sua vida parece ter acalmado... Pelo menos até ao momento em que Zozie de l’Alba, a mulher com sapatos de rebuçado, entra de rajada nas suas vidas e tudo começa a mudar…
Mas esta nova amizade não é o que parece ser. Impiedosa, retorcida e sedutora, Zozie de l’Alba tem os seus próprios planos - planos que vão despedaçar o mundo delas. E com tudo o que ama em jogo, Vianne encontra-se perante uma escolha difícil: fugir, tal como fez tantas outras vezes, ou confrontar o seu pior inimigo…
Ela própria.

Sobre a Autora:
Joanne Harris nasceu no Yorkshire, em 1964, de mãe francesa e pai inglês.
Com  Chocolate, Vinho Mágico, Cinco Quartos de Laranja, A Praia Roubada, Na Corda Bamba, Danças & Contradanças, Valete de Copas e Dama de Espadas e Xeque ao Rei (todos publicados pela ASA), conheceu um retumbante sucesso internacional, que a adaptação ao cinema de Chocolate (com Juliette Binoche e Johnny Depp) veio intensificar.
Com Fran Warde, é co-autora dos livros A Cozinha Francesa e do Mercado para a sua Mesa - Novas Receitas da Cozinha Francesa, também publicados plea ASA.
Para mais informações sobre a autora pode consultar o site 

Opinião:

Sem fazer spoiles, vou falar-vos um pouco desta história.
Vianne e Anouk, agora sob os nomes de Yanne Charbonneau e Annie, vivem em Montmartre com a pequena Rosette, num pequeno apartamento por cima da loja de chocolates onde Vianne trabalha. A vida naquele local é simples, pois, deixaram a sua verdadeira essência em Lansquenet-sur-Tannes, quase enfadonha. Até que um vento de mudança surge sob a forma de Zozie de l’Alba, a mulher sedutora e de muitas faces com os seus sapatos vermelhos cor de rebuçado. E, gradualmente, tudo vai mudar.

Esta foi uma leitura agradável nalguns pontos, tempestuosa no resto (pior que o retumbar de trovões de ontem à noite).
E posso dizer que tudo se deve a Zozie, (personagem que apenas dei conta de ser mesmo uma personagem extra apenas no quarto capítulo - isto porque o seu discurso e percurso são muito semelhantes aos de Vianne que por momentos pensei que se tratasse dela), que ao longo da história despertou em mim os mais variados sentimentos. Desde o início, não se coibiu de revelar as suas intenções, e eu, sempre desconfiada em relação a ela, fiquei, por momentos, confusa, porque aquando o seu jogo andava a saltitar de lado. Regra geral, Zozie entra sorrateiramente na vida dos outros, marca a sua posição e, quando menos se espera, parece que está ali para ficar; até ao momento em que sorripia o que é nosso e desaparece sem deixar rasto. E não, não gostei dela, nem mesmo no final.

Depois de libertar isto tudo, de volta à história que é o que realmente interessa :p

Sapatos de Rebuçado é contada de forma intercalada por Vianne, Anouk e Zozie. De início achei um pouco confuso, porque confundi os capítulos deVianne com os de Zozie, mas a partir do quarto capítulo, a leitura encarrilou e decorreu sem problemas. 
Quanto à história em si, não me senti tão cativada como na de Chocolate, talvez por ser um pouco mais sombrio e quiçá ligeiramente caótico com tanta mudança a ocorrer, factores que colocaram em cheque as expectativas que havia criado.
Houve ainda um momento em que tive de largar a leitura para estudar para uma frequência, e, contrariamente ao que é costume acontecer, não senti aquele chamamento premente de voltar a pegar no livro, mesmo que fosse para avançar umas páginas. No entanto, regressei ao ponto onde tinha ficado e concluí a leitura.
O estilo fluído e característico de Joanne Harris manteve-se inalterado, pelo que não me sinto totalmente desesperançada de ler o livro que encerra a série Chocolate. E quem sabe, pode ser que até me surpreenda.


Classificação: 2/5

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Chocolate - Joanne Harris, opinião


 

Título Original: Chocolat
Autor: Joanne Harris 
Editora: Edições ASA
Número de Páginas: 264 

 Um (doce) romance de sabores e afectos. 

Sinopse:
Viemos com o vento de Carnaval. Um vento morno para Fevereiro, carregado dos cheiros quentes e gordos de panquecas e salsichas a fritar e waffles polvilhadas de açúcar e preparadas na chapa quente ali mesmo à beira da estrada… 

A aldeia de Lansquenet-sur-Tannes tem duas novas moradoras: Vianne Rocher, jovem mãe solteira, e a sua filha Anouk. Ambas correram mundo e viveram um sem-fim de aventuras, e a pacata aldeia francesa é o sítio ideal para a tranquilidade que agora desejam. Vianne tem um dom: domina a arte da chocolataria como ninguém e as suas guloseimas conseguem suavizar os corações de quem as saboreia. E agora ela vai concretizar um sonho, um sonho delicioso mas, naquelas paragens, pouco comum: uma chocolataria com o nome de La Céleste Praline.

Para a aldeia, La Céleste Praline e a sua encantadora proprietária são um sopro de ar fresco frente à tirania de Francis Reynaud, o austero padre a quem desagrada aquele comércio demasiado sofisticado e “tentador”, e que vê em Vianne um desafio à sua autoridade. Frente a ele, a jovem só pode apelar à alegria de viver das gentes de Lansquenet. Mas nem a própria Vianne podia antecipar os efeitos que os seus chocolates vão provocar numa comunidade pouco habituada a viver a magia do quotidiano...

Chocolate é um repertório de sabores, descritos de uma maneira tão viva que quase se sentem; é também uma galeria de personagens ternos e cruéis, amáveis e odiosos, sempre intensos e credíveis. Mas é sobretudo um romance tão ameno, tão rico e variado, que deixará nos seus leitores uma impressão imorredoira.

Sobre a Autora:
Joanne Harris nasceu no Yorkshire, em 1964, de mãe francesa e pai inglês.
Com  Chocolate, Vinho Mágico, Cinco Quartos de Laranja, A Praia Roubada, Na Corda Bamba, Danças & Contradanças, Valete de Copas e Dama de Espadas e Xeque ao Rei (todos publicados pela ASA), conheceu um retumbante sucesso internacional, que a adaptação ao cinema de Chocolate (com Juliette Binoche e Johnny Depp) veio intensificar.
Com Fran Warde, é co-autora dos livros A Cozinha Francesa e do Mercado para a sua Mesa - Novas Receitas da Cozinha Francesa, também publicados plea ASA.

Para mais informações sobre a autora pode consultar o site 


Opinião:
Deixando tudo uma vez mais para tarde, na esperança de fugir do Homem de Preto, Vianne Rocher com a sua filha Anouk chegam a Lansquenet-sur-Tannes, uma pacata aldeia cuja comunidade vai ser abalada pela chegada de ambas.  Levando o seu desejo de abrir uma chocolaterie avante, Vianne revela o seu dom e, um a um, vai atraindo os seus moradores com aquele aroma, um aroma doce, rico e aveludado do seu chocolate. Confesso que também fui cativada, todos os meus sentidos, como se eu própria fosse uma personagem e a história se desenrolasse ao meu redor. 

Neste universo maravilhoso em torno do chocolate, Joanne Harris cria personagens fascinantes, todos aqueles que, com a sua magia, Vianne tocou. Falo de Armand Voizin - Armand que inicialmente, com os seus 80 anos era "ressequida, intratável e velha", mas que sofreu uma transformação incrível, e se tornou "rebelde, maliciosa e perversa". Pessoalmente foi das personagens que mais gostei e que mais me custou ver partir; Joséphine, que a pouco e pouco se libertou dos grilhões que a prendiam, tomando controlo da sua vida; a gente do rio e Roux, aquele pirata de cabelo ruivo com uma presença que atraíu Vianne e Anouk. E ainda temos o Padre Francis Reynaud, que peca por falta de fascínio e se revela o maior oponente de Vianne - este, com a sua forte convicção de que a presença dela era nada menos que prejudicial à sua autoridade, pois com a "tentação" do chocolate (e que tentação!) desencaminharia os moradores de Lansquenet.

Chocolate é um romance cheio de cores e sabores que me deu muito prazer reler e voltar a ser transportada para Lansquenet-sur-Tannes.

Existe uma adaptação cinematográfica, com Juliette Binoche e Johny Deep nos papéis de Vianne e Roux, respectivamente, mas confesso que ainda não vi. Apesar disso, estou curiosa e acredito que o filme, mesmo com algumas discrepâncias (é compreensível que tal aconteça) seja um filme agradável de se ver - e ainda para mais temos um Roux que é um deleite para a vista eheh

Classificação: 4/5