quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Chocolate - Joanne Harris, opinião


 

Título Original: Chocolat
Autor: Joanne Harris 
Editora: Edições ASA
Número de Páginas: 264 

 Um (doce) romance de sabores e afectos. 

Sinopse:
Viemos com o vento de Carnaval. Um vento morno para Fevereiro, carregado dos cheiros quentes e gordos de panquecas e salsichas a fritar e waffles polvilhadas de açúcar e preparadas na chapa quente ali mesmo à beira da estrada… 

A aldeia de Lansquenet-sur-Tannes tem duas novas moradoras: Vianne Rocher, jovem mãe solteira, e a sua filha Anouk. Ambas correram mundo e viveram um sem-fim de aventuras, e a pacata aldeia francesa é o sítio ideal para a tranquilidade que agora desejam. Vianne tem um dom: domina a arte da chocolataria como ninguém e as suas guloseimas conseguem suavizar os corações de quem as saboreia. E agora ela vai concretizar um sonho, um sonho delicioso mas, naquelas paragens, pouco comum: uma chocolataria com o nome de La Céleste Praline.

Para a aldeia, La Céleste Praline e a sua encantadora proprietária são um sopro de ar fresco frente à tirania de Francis Reynaud, o austero padre a quem desagrada aquele comércio demasiado sofisticado e “tentador”, e que vê em Vianne um desafio à sua autoridade. Frente a ele, a jovem só pode apelar à alegria de viver das gentes de Lansquenet. Mas nem a própria Vianne podia antecipar os efeitos que os seus chocolates vão provocar numa comunidade pouco habituada a viver a magia do quotidiano...

Chocolate é um repertório de sabores, descritos de uma maneira tão viva que quase se sentem; é também uma galeria de personagens ternos e cruéis, amáveis e odiosos, sempre intensos e credíveis. Mas é sobretudo um romance tão ameno, tão rico e variado, que deixará nos seus leitores uma impressão imorredoira.

Sobre a Autora:
Joanne Harris nasceu no Yorkshire, em 1964, de mãe francesa e pai inglês.
Com  Chocolate, Vinho Mágico, Cinco Quartos de Laranja, A Praia Roubada, Na Corda Bamba, Danças & Contradanças, Valete de Copas e Dama de Espadas e Xeque ao Rei (todos publicados pela ASA), conheceu um retumbante sucesso internacional, que a adaptação ao cinema de Chocolate (com Juliette Binoche e Johnny Depp) veio intensificar.
Com Fran Warde, é co-autora dos livros A Cozinha Francesa e do Mercado para a sua Mesa - Novas Receitas da Cozinha Francesa, também publicados plea ASA.

Para mais informações sobre a autora pode consultar o site 


Opinião:
Deixando tudo uma vez mais para tarde, na esperança de fugir do Homem de Preto, Vianne Rocher com a sua filha Anouk chegam a Lansquenet-sur-Tannes, uma pacata aldeia cuja comunidade vai ser abalada pela chegada de ambas.  Levando o seu desejo de abrir uma chocolaterie avante, Vianne revela o seu dom e, um a um, vai atraindo os seus moradores com aquele aroma, um aroma doce, rico e aveludado do seu chocolate. Confesso que também fui cativada, todos os meus sentidos, como se eu própria fosse uma personagem e a história se desenrolasse ao meu redor. 

Neste universo maravilhoso em torno do chocolate, Joanne Harris cria personagens fascinantes, todos aqueles que, com a sua magia, Vianne tocou. Falo de Armand Voizin - Armand que inicialmente, com os seus 80 anos era "ressequida, intratável e velha", mas que sofreu uma transformação incrível, e se tornou "rebelde, maliciosa e perversa". Pessoalmente foi das personagens que mais gostei e que mais me custou ver partir; Joséphine, que a pouco e pouco se libertou dos grilhões que a prendiam, tomando controlo da sua vida; a gente do rio e Roux, aquele pirata de cabelo ruivo com uma presença que atraíu Vianne e Anouk. E ainda temos o Padre Francis Reynaud, que peca por falta de fascínio e se revela o maior oponente de Vianne - este, com a sua forte convicção de que a presença dela era nada menos que prejudicial à sua autoridade, pois com a "tentação" do chocolate (e que tentação!) desencaminharia os moradores de Lansquenet.

Chocolate é um romance cheio de cores e sabores que me deu muito prazer reler e voltar a ser transportada para Lansquenet-sur-Tannes.

Existe uma adaptação cinematográfica, com Juliette Binoche e Johny Deep nos papéis de Vianne e Roux, respectivamente, mas confesso que ainda não vi. Apesar disso, estou curiosa e acredito que o filme, mesmo com algumas discrepâncias (é compreensível que tal aconteça) seja um filme agradável de se ver - e ainda para mais temos um Roux que é um deleite para a vista eheh

Classificação: 4/5

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