quarta-feira, 5 de agosto de 2015

(II) Roteiro pelo paraíso secreto do chocolate



E com este post quero dar-vos as boas-vindas ao paraíso da Nutella!

Este post já vem muiiiito, muito atrasado, mas quando se trata de chocolate (pensar, falar, comer, etc) nunca é tarde eheh E se formos ver trata-se de um verdadeiro roteiro! Mas já lá chegamos. Nos entretantos, quero apresentar-vos o verdadeiro antro do pecado, um local pérfido, onde o protagonista se trata de um dos objectos mais cobiçados e luxuriantes desde o tempo em que se descobriu que o cacau possuía características maravilhosas.


A Nut'chiado é um pequeno espaço, contudo acolhedor, situado a alguns metros dos Armazens do Chiado, em Lisboa, e promete deliciar miúdos e graúdos. A localização nem sempre foi fácil de chegar, qual carverna de Ali Babá, mas assim que dei com ela, já lá estive algumas vezes, e em todas elas, saí bastante satisfeita.


1ª prova do Crime, em 13-04-15

Da primeira vez, numa expedição com amigos, não resistimos a experimentar a gauffre com nutella. Afinal, com montras e cartazes que alegremente apregoam promessas de um momento deliciosamente passado, quer se decida aventurar sozinho ou partilhar o momento com amigos, quem é que diz que não a um quadrado de perdição, generosamente regado com nutella e polvilhado com açúcar em pó? 


2ª prova do Crime, em 19-04-15
Nem uma semana depois, lá voltei eu para provar os Churros com Nutella. Não eram nada de transcendente, e a nutella era pouca, mas valeu pela companhia :)




 3ª prova do Crime, em 01-08-15

  E quatro meses depois, qual filha pródiga que volta a casa, num dia quente de verão, não resisti em regressar com uma amiga, e desta feita experimentei os crepes com Nutella e um granizado de lima limão. Devo confessar que estavam óptimos e superaram a desilusão da última visita. O crepe era consistente, nem muito fino nem tão grosso que enjoasse á terceira ou quarta garfada, e a nutella estava na quantidade certa. Portanto, ium!




É um espaço que peca pela área reduzida, que num dia tanto enche até a fila dar a volta à esquina, como há alturas em que podemos lachar calmamente, por entre risos e conversas. ANut'chiado é um antro do pecado mas, de vez em quando não tem mal em dar lá um saltinho eheh

Posto isto, para não fugir muito á regra, o objectivo é ler um livro dentro desta temática. E, juntando o útil ao agradável (visto que adicionei este livrinho à estante há pouco tempo) proponho-me a ler até ao final do ano:

Sapatinhos de Chocolate, Trisha Ashley

terça-feira, 4 de agosto de 2015

A Bibliotecária - Logan Belle, opinião


 http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsI8xBp%2F033q5Xpv56y8baM6eTspdmvQ3bbPpS%2Ba%2FNe3z&width=440


Título Original: Bettie Page Presents: The Librarian
Autora: 
Editora: Editorial Planeta
Número de páginas: 328

Sinopse:

A jovem Regina Finch adora livros e sente-se feliz porque conseguiu o seu emprego de sonho: trabalhar na New York Public Library. Mas o que parecia ser a promessa de uma rotina tranquila no meio de clássicos da literatura revela-se um irresistível jogo de sedução quando conhece o enigmático Sebastian Barnes. Um dia Regina descobre por entre os corredores do santuário bibliotecário uma tórrida cena sexual entre Sebastian e uma funcionária. Uma mistura de repulsão e desejo consome Regina e uma paixão despertará na jovem sensações jamais imaginadas. Uma tarde repara num livro sobre a vida de Bettie Page. Com estes trunfos, Regina espera descobrir a sua destreza sexual e seduzir o homem que ama.

Opinião:

Acabei de o ler ontem de madrugada, por isso a opinião é relativamente fresca e fofa.

Posso começar por dizer que tinha algumas expectativas formadas quando comecei a ler o livro, e, ingenuamente, apesar do que a sinopse induz, não pensei que se fosse desenrolar da seguinte forma. 

Regina Finch é uma jovem que, tal como nós, leitoras, adora livros (quem não?) e cujo emprego de sonho está ao alcance de uma mão - trabalhar na New York Public Library, é algo que almeja desde sempre e que consegue, depois de sair de baixo das asas da mãe, em Filadélfia.
Regina é o tipo de jovem tímida, escondida por detrás de uma franja ao estilo de Bettie Page, um cisne por descobrir, e por entre as muitas fileiras de estantes, e de milhares de livros que lhe dão o conforto exacto para que se sinta feliz e realizada. De certa maneira não foi difícil simpatizar com a personagem, ao mesmo tempo que vivia as descrições da bela biblioteca, enquanto me perguntava se tinha passado por ela durante a minha estadia em Nova Iorque.

Vive com Carly, a companheira de casa abastada, que em tudo é diferente de si, mas que, de alguma maneira, é possível estabelecer uma relação que a vai ajudar ao longo da narrativa.

Apesar da acalmia costumeira das bibliotecas, Regina vê todo o seu mundo abalado quando se depara com Sebastian Barnes:

"um homem alto e de ombros largos" que "levantou para ela uns olhos aveludados, castanho-escuros, quase negros", "a esboçar um sorriso tão sedutor que a deixou sem fala. Tinha as maçãs do rosto salientes, um nariz fino e uma minúscula cova no queixo. O cabelo era negro e brilhante, m tanto comprido, a cobrir-lhe o colarinho da camisa." (pág.20/21)

Pronto, acho que ficou assente que o homem é um achado. Pelo menos, a autora projectou-o como um espécime de tirar o fôlego e o discernimento à nossa querida protagonista.
Mas desengane-se quem pensa que por detrás do aparência impecável e fatos engomados não existe mais. Sebastian nutre uma paixão pela fotografia, que transparece na sensualidade das inúmeras mulheres que fotografa, e o seu encontro com Regina despoleta muitas emoções, incluindo o desejo de a possuir.

É aqui que para mim a história descarrila e começo a perder vontade de prosseguir na leitura.

Sei que é um erro sacrossanto comparar leituras, e o meu perdão á escritora, mas parece que depois de ter lido as Cinquentas Sombras de Grey, de E.L. James, todos os livros eróticos giram á base do mesmo. Do que li sobre o assunto, e da posterior pesquisa que fiz, já tenho uma certa noção sobre o BDSM (Bondage, Discipline, Sadomasochism) e não me surpreende as cenas que são descritas, com ou sem uso de instrumentos auxiliares, ou apenas com o poder do domínio que o dominador tem sobre o submisso. 

A relação entre Sebastian e Regina é claramente de dominador e submisso. E confesso que me fez espécie todo o tratamento formal, tão típico de quem toma o chá das cinco, e de todas as ordens expressas, sob o risco de castigo, apesar da proximidade que o comportamento de Sebastian traduz em relação a Regina. Se bem que o próprio acaba por admitir, muito á semelhança de Christian Grey, tratar-se de uma obsessão.

No geral não foi tudo terrível. Reconheço que a intervenção de Sebastian, chamemos-lhe assim, contribuiu para o despertar de Regina, que, no início era não mais que um suposto patinho feio, e, pela altura do desfecho, se transformara numa mulher mais decidida e segura de si, com consciência dos seus limites e até onde desejara ir para conquistar o homem que amava. (E por esta altura já se tratavam por tu. Enfim.)

Não é uma leitura desagradável, é maioritaramente pontilhada por cenas descritivamente quentes e eróticas, muito características do estilo sensual/erótico; e pelo meio, a autora dá-nos a conhecer a biblioteca que faz de cenário central da narrativa, assim como alguns detalhes sobre a profissão. E confesso que fiquei algo curiosa com Bettie Page, a qual sabia apenas ser um modelo pin-up muito célebre no seu tempo.


Classificação: 2,5/5