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terça-feira, 4 de agosto de 2015

A Bibliotecária - Logan Belle, opinião


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Título Original: Bettie Page Presents: The Librarian
Autora: 
Editora: Editorial Planeta
Número de páginas: 328

Sinopse:

A jovem Regina Finch adora livros e sente-se feliz porque conseguiu o seu emprego de sonho: trabalhar na New York Public Library. Mas o que parecia ser a promessa de uma rotina tranquila no meio de clássicos da literatura revela-se um irresistível jogo de sedução quando conhece o enigmático Sebastian Barnes. Um dia Regina descobre por entre os corredores do santuário bibliotecário uma tórrida cena sexual entre Sebastian e uma funcionária. Uma mistura de repulsão e desejo consome Regina e uma paixão despertará na jovem sensações jamais imaginadas. Uma tarde repara num livro sobre a vida de Bettie Page. Com estes trunfos, Regina espera descobrir a sua destreza sexual e seduzir o homem que ama.

Opinião:

Acabei de o ler ontem de madrugada, por isso a opinião é relativamente fresca e fofa.

Posso começar por dizer que tinha algumas expectativas formadas quando comecei a ler o livro, e, ingenuamente, apesar do que a sinopse induz, não pensei que se fosse desenrolar da seguinte forma. 

Regina Finch é uma jovem que, tal como nós, leitoras, adora livros (quem não?) e cujo emprego de sonho está ao alcance de uma mão - trabalhar na New York Public Library, é algo que almeja desde sempre e que consegue, depois de sair de baixo das asas da mãe, em Filadélfia.
Regina é o tipo de jovem tímida, escondida por detrás de uma franja ao estilo de Bettie Page, um cisne por descobrir, e por entre as muitas fileiras de estantes, e de milhares de livros que lhe dão o conforto exacto para que se sinta feliz e realizada. De certa maneira não foi difícil simpatizar com a personagem, ao mesmo tempo que vivia as descrições da bela biblioteca, enquanto me perguntava se tinha passado por ela durante a minha estadia em Nova Iorque.

Vive com Carly, a companheira de casa abastada, que em tudo é diferente de si, mas que, de alguma maneira, é possível estabelecer uma relação que a vai ajudar ao longo da narrativa.

Apesar da acalmia costumeira das bibliotecas, Regina vê todo o seu mundo abalado quando se depara com Sebastian Barnes:

"um homem alto e de ombros largos" que "levantou para ela uns olhos aveludados, castanho-escuros, quase negros", "a esboçar um sorriso tão sedutor que a deixou sem fala. Tinha as maçãs do rosto salientes, um nariz fino e uma minúscula cova no queixo. O cabelo era negro e brilhante, m tanto comprido, a cobrir-lhe o colarinho da camisa." (pág.20/21)

Pronto, acho que ficou assente que o homem é um achado. Pelo menos, a autora projectou-o como um espécime de tirar o fôlego e o discernimento à nossa querida protagonista.
Mas desengane-se quem pensa que por detrás do aparência impecável e fatos engomados não existe mais. Sebastian nutre uma paixão pela fotografia, que transparece na sensualidade das inúmeras mulheres que fotografa, e o seu encontro com Regina despoleta muitas emoções, incluindo o desejo de a possuir.

É aqui que para mim a história descarrila e começo a perder vontade de prosseguir na leitura.

Sei que é um erro sacrossanto comparar leituras, e o meu perdão á escritora, mas parece que depois de ter lido as Cinquentas Sombras de Grey, de E.L. James, todos os livros eróticos giram á base do mesmo. Do que li sobre o assunto, e da posterior pesquisa que fiz, já tenho uma certa noção sobre o BDSM (Bondage, Discipline, Sadomasochism) e não me surpreende as cenas que são descritas, com ou sem uso de instrumentos auxiliares, ou apenas com o poder do domínio que o dominador tem sobre o submisso. 

A relação entre Sebastian e Regina é claramente de dominador e submisso. E confesso que me fez espécie todo o tratamento formal, tão típico de quem toma o chá das cinco, e de todas as ordens expressas, sob o risco de castigo, apesar da proximidade que o comportamento de Sebastian traduz em relação a Regina. Se bem que o próprio acaba por admitir, muito á semelhança de Christian Grey, tratar-se de uma obsessão.

No geral não foi tudo terrível. Reconheço que a intervenção de Sebastian, chamemos-lhe assim, contribuiu para o despertar de Regina, que, no início era não mais que um suposto patinho feio, e, pela altura do desfecho, se transformara numa mulher mais decidida e segura de si, com consciência dos seus limites e até onde desejara ir para conquistar o homem que amava. (E por esta altura já se tratavam por tu. Enfim.)

Não é uma leitura desagradável, é maioritaramente pontilhada por cenas descritivamente quentes e eróticas, muito características do estilo sensual/erótico; e pelo meio, a autora dá-nos a conhecer a biblioteca que faz de cenário central da narrativa, assim como alguns detalhes sobre a profissão. E confesso que fiquei algo curiosa com Bettie Page, a qual sabia apenas ser um modelo pin-up muito célebre no seu tempo.


Classificação: 2,5/5

domingo, 26 de julho de 2015

Surpreende-me - Megan Maxwell, opinião

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Título Original: Sorpréndeme
Autora: 
Editora: Editorial Planeta
Número de páginas: 408

Sinopse:

A autora resolveu escrever uma sequela da série Pede-me o Que Quiseres, pegando em duas personagens secundárias, mas importantes na trilogia para dar vida a mais uma história de amor escaldante e de sexo tórrido!

Björn é um atraente advogado a quem a vida sempre sorriu. É um homem ardente, alérgico ao compromisso e agrada-lhe desfrutar da companhia feminina nos seus jogos sexuais. Melanie é uma mulher de acção. Como piloto do exército americano está acostumada a levar a vida ao limite, no entanto, a sua principal missão é a de lutar como mãe solteira pelo bem-estar da filha.
Quando o destino os põe frente a frente, a tensão entre eles torna-se evidente. O que no começo foi um encontro hostil, pouco a pouco irá converter-se numa atracção irresistível. Conseguirão estes dois titãs entender-se?


Opinião:
Não tendo lido nada anterior da autora, esta é efectivamente a minha estreia na trilogia e devo confessar que fiquei agradavelmente surpreendida.

Melanie tem uma vida regida pelas regras e organização do exército, onde é piloto e se orgulha profundamente da sua profissão. Lamenta, contudo, o tempo que passa distante da filha Sammi, e tende a manter essa parte da sua vida num espaço que apenas a si diz respeito. Ainda sentido a perda do homem que sempre amou, Mel, tem uma vida paralela, onde vive a sua liberdade entre jogos de sedução e pura luxúria, de olhos vendados, sem a necessidade de saber nomes ou manter contacto.
Nada podia prever que o seu caminho se iria cruzar com Björn, nem tão-pouco o impacto que esse encontro iria ter na vida de ambos.

Por seu lado, Björn é um homem culto, poderoso e que sabe o que quer: tem charme, um corpo espetacular, e mulheres é o que não lhe falta, muito menos o prazer que lhe podem proporcionar ao longo de uma noite. Escusado será dizer que não está minimamente preparado para o caos que a vinda de Mel irá provocar.

Portanto, Björn e Melanie são duas personagens sólidas que, sem saber, partilham muito mais do que uma personalidade forte. A relação de ambos é de amor-ódio, caracterizada por chorrilhos de insultos, onde momentos de humor não faltam, e embora a atracção que sentem um pelo outro, não seja imediata, vai progredindo, cativando o leitor, conduzindo-o por caminhos onde o mistério é o ingrediente principal, seguido por muita faísca e momentos cujo soberano é a luxúria. 

Surpreende-me, é de facto surpreendente pela quantidade de momentos explicítos, onde a autora não se coíbe de expressar o erotismo latente, em todos os jogos sexuais protagonizados pelas personagens. Contudo, não me choca, e reconheço neste livro, um óptimo exemplo do romance erótico, pois senti-me cativada pela intensidade das cenas, intercalada com momentos de alguma descontracção e seriedade. E apesar do seu conteúdo explícito, a história não peca pela falta de conteúdo. Existe um fio condutor, que consegue prender o leitor (além de toda a sensualidade que vibra em cada página, para quem é apreciador, claro), e foi interessante acompanhar com alguma ansiedade, confesso, os encontros e desencontros que levaram ao "fatídico" ponto de convergência no Sensations - o clube nocturno, que abre as suas portas e convida às mais variadas aventuras e fantasias sexuais, para quem esteja disposto a desafiar os seus limites.

A história progride num ritmo de avanços e recuos, muito típico do romance tórrido em que as personagens evitam a todo custo o compromisso; O facto de Mel ser piloto, ainda para mais americana, constituiu um ponto de fricção que alimentou alguma tensão no desenrolar da história, não só derivado de todo o secretismo, mas também pelo confrontar de ideias e crenças, que tem por base uma história e todo um passado, e que de certa maneira levou a uma espécie de reflexão, em que se considera colocar um futuro em causa em nome do passado, e, ao mesmo tempo se abre toda uma miríade de hipóteses.

A autora introduz habilmente personagens da saga anterior "Pede-me o que Quiseres", como Judith e Eric,  e que acabam por ter um impacto significativo não só ao longo do livro, mas mais importante no desenlace. E como desconhecia por completo, esta "intromissão" gerou alguma curiosidade, a suficiente para embarcar na leitura dos restantes livros.

Acima de tudo, o que me leva a recomendar este livro, é o equilíbrio que caracteriza a obra - apesar de todos os jogos sexuais, não existe sobreposição de sexos - não há apenas um dominador e um sumbisso. Ou seja, de certa maneira, ambos se dominam, e ambos se submetem um ao outro, experimentando sensações, impossíveis de experiênciar com outra pessoa qualquer. Esse equilíbrio é igualmente notado pela força da personagem feminina que exerce uma profissão tipicamente masculina, mas que revela momentos de extrema ternura e preocupação para com a filha, além de tudo o que é descrito, e assim a tornam completa com Björn.


Classificação: 4/5

segunda-feira, 25 de maio de 2015

As Cinquenta Sombras de Grey - E.L.James, opinião

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Título Original: Fifty Shades of Grey
Autora:
Editora: Lua de Papel
Número de páginas: 552


Sinopse: 
O início da trilogia de que todas as mulheres estão a falar... discretamente.

Anastasia Steele é uma estudante de literatura jovem e inexperiente. Christian Grey é o temido e carismático presidente de uma poderosa corporação internacional. O destino levará Anastasia a entrevistá-lo. No ambiente sofisticado e luxuoso de um arranha-céus, ela descobre-se estranhamente atraída por aquele homem enigmático, cuja beleza corta a respiração. Voltarão a encontrar-se dias mais tarde, por acaso ou talvez não. O implacável homem de negócios revela-se incapaz de resistir ao discreto charme da estudante. Ele quer desesperadamente possuí-la. Mas apenas se ela aceitar os bizarros termos que ele propõe... Anastasia hesita. Todo aquele poder a assusta - os aviões privados, os carros topo de gama, os guarda-costas... Mas teme ainda mais as peculiares inclinações de Grey, as suas exigências, a obsessão pelo controlo… E uma voracidade sexual que parece não conhecer quaisquer limites. Dividida entre os negros segredos que ele esconde e o seu próprio e irreprimível desejo, Anastasia vacila. Estará pronta para ceder? Para entrar finalmente no Quarto Vermelho da Dor? As Cinquenta Sombras de Grey é o primeiro volume da trilogia de E. L. James que é já o maior fenómeno literário do ano em todos os países onde foi publicado.

Opinião:

Quero começar por dizer que quebrei uma "pseudo-regra" sacrossanta, pois comecei por ver o filme, (há sensivelmente um mês, mês e meio) e a semana passada comecei a ler o livro. E por conseguinte, a leitura foi, invariavelmente, acompanhada por trechos do filme, o que "estragou", por sua vez, o factor surpresa implementado pelos mais variados autores.

Não estava de todo previsto embarcar nesta aventura, apesar da inicial curiosidade associada a todo o furor e alarido em volta do filme, muito antes de estrear nas salas de cinema português. Houve, de facto, muito sururu com a escrita de E.L.James, e eu mantive-me uma mera espectadora silenciosa, pois, por natureza, tendo a não criticar sem antes ter conhecimento de causa. E finda a leitura, posso finalmente pronunciar-me sobre um dos romances mais badalados da actualidade.

Ora então, como disse anteriormente, foi difícil dissociar a imagem com que fiquei do filme, do livro, pois, á medida que a leitura avançava, dava por mim ora a comparar ora a antecipar determinados momentos. O conceito da história passa muito por um romance cuja trama está bastante pautada com momentos altamente descritivos de BDSM e da própria relação que os protagonistas desenvolvem entre si. A autora consegue mesmo transmitir os sentimentos de luxúria e lascívia ao leitor, o que, neste livro compõe o quadro de entertenimento a par com o enredo pouco desenvolvido e algo repetitivo, na minha humilde opinião.

Centrando-me na história, Anastasia é uma jovem, como qualquer outra, que (agora vem aí o facto de exclusão) vê a sua vida mudar radicalmente, quando conhece o sensual e misterioso magnata Christian Grey. Por sorte ou azar do destino, a vida de ambos cruza-se irremediavelmente, levando a jovem Ana a conhecer-se e a ir além dos seus limites. A relação entre Ana e Christian, se é que se pode apelidar assim, é algo estranha, ou seja, Anastasia não consegue controlar os seus sentimentos por ele, acedendo a comportar-se de determinadas maneiras, com receio que Christian a rejeite, e por trás, existe um contrato (descrito detalhadamente) ao longo de várias páginas que lhe permite ter acesso a Christian, mas em simultâneo pode levá-la a perder tudo. Por isso, como em todo o livro, a questão de ganhar ou perder é algo relativa.

Ao longo da narrativa, houve momentos em que acabei por me identificar com a personagem de Anastasia. Além do seu gosto por livros, é uma jovem que vai conhecendo os seus limites e vai ganhando força com o desenrolar da sua relação com Christian. Contudo, também foram inúmeras as vezes em que revirei os olhos face a determinadas atitudes, e pensei: Mas quando é que isto acaba?

Em suma, o livro entertém, deu continuidade á leitura de romances eróticos que encetei no início do ano, mas peca por capítulos em que a descrição seria escusada, pois está em excesso, assim como os momentos repetidos que em nada acrescentam à história, apenas servem, na minha opinião, para cansar o leitor. No entanto, tenho alguma curiosidade com a restante saga, e quem sabe ainda não irei manifestar a minha opinião sobre as mesmas.

Classificação: 3,5/5

sexta-feira, 1 de maio de 2015

De Olhos Fechados - Eve Berlin, opinião

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Título Original: Pleasure's Edge
Autora: 
Editora: Quinta Essência
Número de páginas: 280

Sinopse:
 Se não for ao limite, como saberá até onde pode ir?

Alec Walker é um escritor de thrillers psicológicos sombrios - e um homem que vive para as suas emoções. Desde motos a skidiving, passando por nadar com tubarões, a sua busca incessante de prazer e excitação não tem fim. Essa busca estende-se também às suas relações pessoais, onde nenhuma regra limita os seus desejos. A única coisa que Alec teme é o amor - e permitir que outra pessoa o conheça realmente.

Enquanto faz investigação para um livro sobre extremos sexuais, Dylan entrevista Alec - e anseia por saborear a tentação que ele lhe oferece. No entanto, Alec é um dominador famoso e ela recusa entregar-lhe o controlo. Lenta e sedutoramente, Alec mostra-lhe que ao entregar-se-lhe de forma incondicional e submeter-se a todos os seus desejos, ela poderá experimentar o derradeiro prazer. Porém, para poder ficar com a mulher que pela primeira vez o faz ajoelhar, será Alec capaz de correr o maior de todos os riscos e entregar o seu coração?

Embalados por um misto de prazer e apreensão, o casal vê-se numa situação tentadora enquanto evita entregar-se ao sentimento que nasce entre eles.

Opinião:

Este foi um livro que me foi surpreendendo ao longo da narrativa. Integra-se no estilo de literatura erótica/romance sensual, em que a autora, ou quiçá por uma questão de tradução - fica sempre a dúvida -, descreve diversas cenas quentes, de sexo explícito, contudo dentro de uma linguagem cuidada.
A primeira coisa que me chamou à atenção foi a autora escolher duas personagens que não podiam ser mais diferentes uma da outra, apesar de partilharem a mesma profissão, embora dentro de géneros diferentes, Alec dentro do género de thriller e Dylan como escritora de romances eróticos.

Chocou-me um pouco a intensidade do impacto que apenas um único encontro teve em ambos, repercutindo-se em ondas de desejo insatisfeitas pela falta do contacto, o toque, que eram saciadas, porém, infrutiferamente. E á medida que ia lendo, eu própria ansiava pelo momento em que Dylan e Alec se iriam encontrar, pondo freio à fome que lentamente os consumia. Mas devo dizer que a partir desse momento, foi como se entrasse num comboio desgovernado.

Como a própria sinopse revela, Dylan deseja aprofundar os seus conhecimentos sobre BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo), para dar corpo ao seu novo livro, porém, é necessário um toque de autenticidade o que a leva a experimentar o universo de Alec, arriscando-se a perder-se nele. A trama é assim pautada de muitos momentos em que o conteúdo abordado tem por detrás cenários muito bem elaborados e descritivos, capazes de cativar e captar a atenção dos leitores. Temos inicialmente o museu de Arte Oriental, cenário do primeiro encontro entre as personagens, onde já se podiam captar a tensão sexual que pulsava entre ambos, seguindo-se pelo clube de BDSM que Alec e o amigo Dante, igualmente dominador, frequentavam. De certo modo, talvez por ser um assunto que não versa propriamente nos meus interesses literários, fiquei fascinada com que o tema é tratado, desde as descrições do Pleasure Dome, à elegância dos diversos objectos utilizados, até ao pormenor em que a dor é transformada em prazer, levando a submissa ao subespaço.

Embora, De Olhos Fechados, se possa intitular como um romance sensual, não estava com a expectativa de ler propriamente um romance, pois, como pude comprovar, é uma narrativa enriquecida com cenas escaldantes e plenas de erotismo, porém, onde também se verifica um certo companheirismo, e até confiança entre as personagens, ingredientes que considero fundamentais em qualquer relação.

Quer Dylan quer Alec têm passados sobre os quais não desejam falar, e cujas cicatrizes os continuam a assombrar, contudo, com o desenrolar da história vão sendo desvendados. No entanto, fiquei com a sensação de que essa componente ficou mal aprofundada. Percebe-se a relação que existe com Dylan, e de que maneira é que influenciou a forma como tem vivido, e de facto o mesmo acontece em relação a Alec, só que de mais superficialmente.

A par com as personagens principais, são introduzidas duas outras, Misha e Dante, que, apesar do pouco enfoque, denota-se algum significado que têm para os protagonistas. E, segundo as minhas pesquisas, como este volume é apenas o primeiro da Trilogia Edge, é esperado que nos volumes seguintes, ambos tenham um outro enfoque.

De Olhos Fechados, proporciona uma leitura alucinante, plena de momentos excitantes e onde impera puramente a luxúria e o desejo, mas que peca pelo desenlace. Porque estava eu ainda envolta naquela adrenalina própria da relação entre dominador e submisso, que lentamente se vai esbatendo, pois o inevitável acaba por acontecer, como é próprio dos romances, e se calhar é de mim, que estou a ficar menos lamechas - a sério, não me interpretem mal, os apreciadores de romances decerto vão gostar, porque de facto é praticamente digno de um óscar, e eu própria, noutros tempos, teria aplaudido de pé, enquanto enxugava uma lágrima solitária no canto do olho, e abafava suspiros - mas nãao, acho que cortou o clima, e ficou lamechas. Pronto, já disse.

De qualquer das maneiras, é uma leitura irreverente e estimulante que recomendo.

Classificação: 3,5/5