terça-feira, 20 de dezembro de 2016

De Amor e Sangue - Lesley Pearse, opinião

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Título Original: Hope

Autora:Lesley Pearse
Editora: Edições Asa
Número de Páginas: 664
 
Sinopse:

Somerset, 1836.
A recém-nascida Hope é a prova viva do adultério da mãe, a aristocrata Lady Harvey. A sua chegada a este mundo não é festejada e as lágrimas em seu redor não são de alegria. Imediatamente arrancada àquele meio privilegiado e entregue nas mãos dos Renton, uma família pobre mas acolhedora, Hope cresce sem saber a verdade sobre as suas origens. E quando chega o dia em que também ela tem de começar a contribuir para o sustento da família, é precisamente para os Harvey que trabalha. Deslumbrada perante a mansão luxuosa, a elegância dos seus patrões e a beleza que os rodeia, Hope enfrenta com brio e gratidão a extenuante rotina de trabalho.
Mas a descoberta de uma ligação proibida vai lançá-la sozinha para as ruas, para uma vida de miséria e solidão. É na adversidade, porém, que descobre uma força interior que desconhecia, bem como um talento para ajudar os mais fracos. Trata-se de um dom que não passa despercebido ao Dr. Bennett, que a leva consigo para a Crimeia, para ajudar a tratar dos feridos vindos dos sangrentos campos de batalha. Mas os segredos do passado teimam em vir ao de cima, e Hope tem ainda um longo caminho a percorrer na tentativa de enfrentar o legado do seu nascimento. 


Opinião:

Como vou estar longe de casa durante alguns meses, achei que não podia faltar uma obra de Lesley Pearse para viajar comigo. Confesso que já não me recordava bem da sinopse, e, em boa verdade, não me dei ao trabalho de voltar ao livro e ler. Que coisa mais simples. No entanto, talvez tenha acertado e quiçá por isso tenha sentido que o li na altura certa.

"Dizia-se que as crianças fadas vinham a este mundo para dar boa sorte. Podiam ser reconhecidas pela sua chegada inesperada, pela sua extraordinária beleza e doçura de carácter" (p.12 §9)

Hope Renton reúne todas essas características. Apesar das suas origens ligadas à aristocracia, Hope acabou por ser criada no seio de uma família unida, tendo assim a oportunidade de conhecer o amor e carinho dos pais e dos irmãos, o gosto amargo do trabalho árduo e da perda, assim como o sentimento gratificante de ajudar o próximo. 
Uma vez mais, Lesley Pearse junta os ingredientes essenciais para criar uma personagem feminina cuja força e fé irão ser testadas até ao limite. E uma vez mais, a autora não nos desilude.

Hope cresce à margem do que lhe é legado por direito - convive com a sua mãe, que igualmente desconhece os laços que as unem - e quando alcança algo pelo qual tanto trabalho, é-lho tirado sem cerimónias. Todavia, nem nos momentos de maior fraqueza, desistir é uma hipótese. E é na desesperança que se abrem novas portas que a levam por caminhos que jamais teria imaginado para si.

Paralelamente à personagem de Hope, quero salientar que Nell teve um papel muito importante no desenrolar da história. Houve momentos em que senti alguma irritação perante a sua resignação e submissão face aos obstáculos. Porém, também foi para mim uma surpresa a transformação que esta personagem sofreu, e, posteriormente, o impacto que teve ao tocar a vida de diferentes personagens.

Anteriormente, partilhei convosco a minha surpresa por ter escolhido tão bem este livro para levar comigo em viagem. *alerta spoiler!* A vida de Hope leva-a a ser enfermeira e a partir para os campos de batalha, onde iria cuidar dos soldados feridos. Penso que esse foi mais um factor que me levou a sentir tanta afinidade com esta personagem, estando eu a concluir a minha caminhada para ser enfermeira. Associada a esta temática, apreciei bastante o pormenor de Lesley Pearse ter citado por várias vezes Florence Nightingale, um dos símbolos mais emblemáticos da Enfermagem.

Lesley Pearse não desilude nesta sua obra que nos leva a viajar pelos campos de Somerset até aos cenários desoladores na Crimeia, onde a verdade acaba por se revelar, unindo os pontos que o destino havia tecido de forma indelével.


Classificação: 5/5

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Lago Perdido - Sarah Addison Allen, opinião

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Título Original: Lost Lake
Autora: Sarah Addison Allen
Editora: Quinta essência
Número de Páginas: 280

Sinopse:

A primeira vez que Eby Pim viu Lago Perdido foi num postal. Apenas uma fotografia antiga e algumas palavras num pequeno quadrado de papel pesado, mas quando o viu soube que estava a olhar para o seu futuro.
Isso foi há metade de uma vida. Agora Lago Perdido está prestes a deslizar para o passado de Eby. O seu marido George faleceu há muito tempo. A maior parte da sua exigente família desapareceu. Tudo o que resta é uma velha estância de cabanas outrora encantadoras à beira do lago a sucumbirem ao calor e à humidade do Sul da Georgia, e um grupo de inadaptados fiéis atraídos para Lago Perdido ano após ano pelos seus próprios sonhos e desejos.
É bastante, mas não o suficiente para impedir Eby de abrir mão de Lago Perdido e vendê-lo a um empreiteiro. Este é por isso o seu último verão no lago… até que uma última oportunidade de reencontrar a família lhe bate à porta. 

Opinião:

Na sua obra mais recente, Sarah Addison Allen transporta-nos para o mundo mágico de Lago Perdido, contando-nos uma história que tem início no passado e que se prolonga para lá do tempo.

Eby Pim encontrou em Lago Perdido o sítio que viria a chamar "casa", durante longas décadas. É lá que resolve assentar com o marido, George, mas a sua perda fá-la considerar mudar de rumo e vender a propriedade.

No entanto, a sua magia traz até à sua porta a sobrinha-neta, que, tocada pelas suas próprias perdas, deseja encontrar um novo futuro para si e para a filha. Kate e Devin deixam-se envolver pelo ambiente místico de Lago Perdido, e, juntamente com Eby, lutam para acabar com o sofrimento que marca as gerações das mulheres Morris.

Gostei do facto da autora criar um enredo paralelo com outras personagens, como Lisette ou Bulahdeen, que enriquecem todo o livro, por terem personalidades tão diferentes entre si, e cujas histórias são únicas e se entrelaçarem de forma tão especial.

Este é um livro que nos envolve e faz sonhar, e que é tão característico de uma autora que já tem lugar cativo na minha estante. Lago Perdido é um romance que à sua maneira é adorável, e conjuga risos e momentos de reflexão, onde o leitor é levado a procurar a magia nas pequenas coisas.
Classificação: 4,5/5

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Baunilha e Chocolate - Sveva Casati Modignani, opinião

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Título Original: Vaniglia e cioccolato
Autora: Sveva Casati Modignani
Editora: Edições ASA
Número de Páginas: 464
Sinopse:
Um casamento em crise: como se a baunilha e o chocolate já não combinassem tão bem como outrora... O grande "clássico" de Sveva Casati Modignani.

O que se passa com Penelope e Andrea após dezoito anos de um casamento quase perfeito? A baunilha e o chocolate já não combinam? Impossível! Desde sempre, apesar do contraste de cores e sabores, fizeram uma mistura fantástica, como algumas uniões afectivas, que vão aguentando, aguentando, como que levadas por um vento milagroso. Mas o vento, às vezes, deixa de soprar...

Inesperadamente, Andrea revela-se protagonista de inúmeras escapadelas mal escondidas e o seu comportamento, por vezes, é tão infantil e egoísta que Penelope decide oferecer-lhe um presente: deixá-lo sozinho a lidar com os três filhos e com as inúmeras tarefas domésticas, que até agora pesavam única e exclusivamente sobre os seus ombros. Quanto a ela, refugia-se na casa da família em Cesenatico. A separação revela-se, para ambos, um desafio cansativo e, por vezes, angustiante, mas a verdade acabará por vir ao de cima: o amor que os uniu continua vivo... 

Opinião:

Ainda não tinha lido nada de Sveva Casati Modignani, portanto, foi mais uma estreia literária. Esta leitura permitiu-me fazer uma pausa entre géneros literários de maior suspense, e proporcionou-me uma leitura suave (quase como se fosse uma tarde de primavera *nossa fiquei mesmo inspirada*). 

Em "Baunilha e Chocolate" a autora transporta-nos para uma história de contrastes, onde Penelope, uma mulher cansada de um casamento difícil, resolve tirar um tempo para si, deixando o marido arcar com todas as responsabilidades.

Ao longo do livro, foi interessante conhecer como tudo começou, quando Penelope e Andrea eram nada mais que um casal apaixonado, e ver como com o tempo as transformações se foram operando na sua dinâmica de casal e já com três filhos. Em boa verdade, esta história podia retratar a história de qualquer casal, afinal, todos têm as suas alegrias, problemas e dissabores. E à medida que a trama se desenrola, e a autora deixa a descoberto os desejos de Penelope, é dificil não nos perguntarmos se, cada decisão que tomámos na nossa vida, foi a correcta. E se nos fosse dada a oportunidade de mudar de rumo, se o faríamos, deixando tudo o que construímos para trás.

"Baunilha e chocolate" é mais do que uma boa combinação de sabores, é uma história que leva o autor numa viagem de reflexão e de descoberta, cujo final pode não ser o que idealizámos.

Classificação: 3,5/5

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Novos Desafios :)

Hoje trago-vos um post diferente.

Penso que já tinha contado por aqui, que estou a terminar o curso de Enfermagem (nem parece que já se passaram 4 anos) e queria partilhar convosco que vou embarcar numa nova aventura.

Vou para Angola, fazer o último estágio do curso, mais precisamente para Benguela. À primeira vista, e dada a situação económica-emprego em Portugal, não parece uma decisão muito prática a de fazer o estágio de integração à vida profissional num país de terceiro mundo.

O estágio está inserido no projecto "Obrigado Mãe" e tem a parceria de várias entidades, das quais se destacam a minha faculdade, da Fundação Fé e Cooperação (FEC), do Ministério da Saúde de Angola. Irá ser realizado no Centro Materno-Infantil Nossa Senhora da Graça, em Benguela, e terá a duração de 10 semanas.


Para quem quiser saber um pouco mais, deixo o link :)

Ainda não acredito que fui escolhida... Não vou sozinha, vou acompanhada por uma colega. Os meus pais ainda estão em choque ahaha mas vão ter de se acostumar à ideia, porque é uma oportunidade única e para a qual não tenho nenhumas expectativas, nem sei bem se estou preparada. Mas tenho muita vontade de partir à descoberta!
Vamos ver como corre :)



quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Contagem Decrescente - Ken Follett, opinião



Título Original: Code to Zero
Autor: Ken Follettt
Editora: Editorial Presença
Número de Páginas: 400

Sinopse:

Um homem acorda deitado no chão de uma casa de banho da estação de comboios Union Station, em Washington. Não faz a mínima ideia de como foi ali parar. Parece um sem-abrigo e não sabe onde mora. Nem sequer se lembra do próprio nome. Em janeiro de 1958, no auge da Guerra Fria, soviéticos e americanos disputam a primazia pela conquista do espaço. O lançamento do Explorer I, o primeiro satélite americano, foi inexplicavelmente adiado. Claude Lucas é uma das figuras centrais para que o lançamento seja um sucesso, mas encontra -se desaparecido. Sem ele, o jogo de forças pode pender para o lado soviético. Um thriller intenso repleto de história, intriga e espionagem, onde a vida de um homem decide o futuro de um país.

Opinião:

O mês de Agosto foi um mês em estreias literárias.
Já conhecia o autor Ken Follett, mas, por acaso ou por mera falta de oportunidade, ainda não tinha lido nenhuma obra. Quis então o destino que, durante as férias, estivesse este livro na estante de uma amiga.

Começo primeiro por dizer que Ken Follet apresenta a sua narrativa com uma escrita acessível e intrigante a cada voltar de página. Em que o suspense se conjuga com o romance e a espionagem, ingredientes que considero importantes para cativar o leitor. Outro ponto positivo sobre a obra, foi o facto de me permitir aprofundar os meus conhecimentos sobre a época da Guerra Fria e sobre o universo da astronomia e dos impressionantes foguetões.

Este foi um livro que "devorei" em dois ou três dias (*é tão bom estar de férias, e ter tempo para ceder ao desejo de nos sentarmos num canto a ler...*) e que me surpreendeu muito. Visto que *shame on me* pela sinopse achei que ia ser um pouco maçador. No final foi tudo menos isso, e fica a vontade de conhecer a panóplia de obras de Ken Follett. Alguma recomendação desse lado? :)

Classificação: 4/5

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A Educação de Felicity - Marion Chesney, opinião

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Título Original: Refining Felicity
Autora: Marion Chesney
Editora: Edições ASA
Número de Páginas: 240
Série: Academia de Etiqueta - Vol. 1

Sinopse:

Numa época em que as mulheres da nobreza só dispõem de duas opções - casar ou esperar que um parente rico morra - as irmãs Tribble não têm sorte nenhuma. Não só ainda não encontraram o amor como, após anos de bajulação a uma intratável tia velha, veem o seu nome apagado do testamento aquando da sua morte.
As românticas Amy e Effie Tribble sonhavam com ricos jantares de carne assada e batalhões de criados aduladores mas agora estão oficialmente na penúria. Ironicamente, é neste cenário desolador que lhes ocorre uma ideia brilhante: colocar a sua educação esmerada ao serviço das jovens mais "difíceis", apresentá-las à sociedade e arranjar-lhes casamento.
Não contavam que a sua primeira cliente fosse Lady Felicity Vane, cuja rebeldia ameaça enlouquecer a sua própria mãe e arruinar o projeto sentimental de Amy e Effie. A jovem prefere caçar com os amigos a pensar em casar. Mal ela sabe que o seu suposto pretendente é o homem que mais a irrita (e que mais irritado se sente por ela). Felicity nunca admitirá que o seu coração treme ao ver Charles Ravenswood, principalmente porque o elegante marquês parece não ter paciência nenhuma para as suas extravagâncias. O clima entre ambos é tão tenso que, se soubessem o que as irmãs planeiam, o resultado seria, no mínimo, desastroso…

Opinião:

Amy e Effy são duas irmãs que não podiam ser mais diferentes uma da outra. Effy é uma personagem cuja vaidade se equipara à astúcia de agarrar a riqueza a que considera ter direito. Por sua vez, o que a Amy falta em beleza é compensado pelo seu sentido prático, bondade e lealdade.

Não tendo encontrado mais adjectivos para Effy, podemos assumir que gostei mais da outra irmã. (hihi)

As irmãs vêm o seu destino atrapalhado, quando a fortuna de uma tia (por quem morriam de paixão) lhes é tirada do caminho. Sem fundos para a sustentar, e numa época em que não era bem visto as mulheres trabalharem, as irmãs arranjam uma forma criativa, em que prestam um serviço onde prometem aliviar o desgosto dos pais, tornando as donzelas mais incorrigíveis em damas apresentáveis e prontas a casar.

Felicity - uma jovem rebelde e mimada, que a certa altura não sabe o que quer, mas depois descobre e faz de tudo para o ter - apresenta-se a candidata ideal para a Amy e Effy. No desenrolar da história. as irmãs são ajudadas pelo cavalheiro Ravenswood, que se vê arrastado para as mais diversas situações caricatas. E a obra é então pautada pelos mais variados esquemas da jovem Felicity para fugir a um casamento que não deseja, e um jogo de avanços e arrecuas que termina num desfecho algo esperado.

Já tinha alguma curiosidade em descobrir as façanhas das irmãs Tribble, desde que os livros foram publicados. E de facto, este é um livro agradável de se ler, que ocupa perfeitamente as tardes ensolaradas de verão e o leitor acaba por soltar algumas gargalhadas com o desenrolar da história. No entanto, achei a personagem de Felicity muito superficial e irritante. E penso que esse facto aliado à leitura anterior de um dos livros de Nora Roberts, contribuiu para que ficásse com a sensação de que faltava qualquer coisa.


Classificaçã: 3/5

Naquele Tempo - Nora Roberts & J.D. Robb, opinião

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Título Original: Remember When
Autora: Nora Roberts & J.D. Robb
Editora: Edições Chá das Cinco
Número de Páginas: 384

Sinopse:

Laine Tavish é dona de uma loja de antiguidades chamada Naquele Tempo. É uma mulher discreta e vive uma vida igualmente discreta numa pequena localidade de Maryland. Pelo menos, isso é o que toda a gente pensa. Na verdade, o seu nome é Elaine O’Hara e é filha de Big Jack O’Hara, um dos mais conhecidos bandidos do seu tempo.

E o passado de Laine acaba de a encontrar... de uma forma bem dramática. O seu tio, há muito sumido, aparece de repente na sua loja, apenas para deixar um aviso misterioso antes de ser atropelado mortalmente na rua. Pouco depois, a casa dela é revirada por assaltantes. Agora cabe a Laine e a um homem deliciosamente misterioso chamado Max Gannon, descobrir quem anda atrás dela, e porquê. A resposta está num tesouro escondido, um tesouro que vai mudar não só a vida de Laine mas também a de futuras gerações.
 
Opinião:


No seu estilo inconfundível, Nora Roberts apresenta-nos Lanie Tavish, uma mulher que, apesar do amor que nutria pelo pai, viveu grande parte da sua vida a fugir do passado. Cansada de correr, resolveu criar o seu lar numa pequena vila em Maryland, onde vive rodeada dos amigos e a trabalhar com o que mais gosta. E é precisamente o fascinante mundo das antiguidades que a vai colocar no encalço de um criminoso de que é capaz de tudo para obter o que quer. Mas nem tudo é negativo, pois o seu caminho cruza-se com o de um detective privado que está apostado em descobrir o mistério em que Lanie está envolta.

A segunda metade da história passa-se décadas mais tarde em que outra geração Tavish é apanhada de surpresa pelo passado. E é escrita pela mestria de J.D. Robb, cujo ritmo dos acontecimentos provoca palpitações no leito, e é inevitável não querer saber o que vai acontecer a seguir.

"Naquele Tempo" é uma obra em que romance e policial se conjugam, e tempo e espaço são unidos por um crime que se prolonga por gerações. Já há algum tempo que não lia nada de Nora Roberts e foi uma lufada de ar fresco na maratona de leituras. Já não me lembro de ter lido tantos livros no verão. *Ai, férias!* e neste livro complementam-se duas áreas que me cativam enquanto leitora. Se por um lado existe aquela atracção vertiginosa entre os protagonistas, por outro lado o suspense e a adrenalina são palpáveis em cada página. O que torna este livro numa grande obra.
Classificação: 4/5

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Romance Atribulado - Jill Mansell, opinião


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Título Original: Millie's Fling
Autora: Jill Mansell
Editora: Edições Chá das Cinco
Número de Páginas: 384

Sinopse:

A vida de Millie está prestes a dar uma grande reviravolta…

Orla Hart, a famosa autora de bestsellers românticos, decide transformar Millie, a sua melhor amiga, na heroína do próximo livro. Millie duvida que a sua vida aborrecida possa inspirar uma história interessante, mas Orla pensou em tudo: sem a amiga saber, vai fazer o possível para lhe apimentar a vida. E enquanto Millie reconta os acontecimentos hilariantes em torno dos seus amigos e família, Orla conspira para a juntar ao perfeito herói romântico e tornar as coisas bem mais excitantes. O problema é que Millie também escondeu alguns eventos recentes da sua vida. E tanta confusão só pode dar um…romance atribulado!

Opinião:

À semelhança das suas outras obras, esta não foge ao estilo a que Jill Mansell nos habituou, o qual é pautado pelas aventuras mais hilariantes, e a busca pelo amor é tudo menos pacífica, ou melhor dizendo atribulada.

Orla e Millie são duas mulheres, cuja vida parece ter sido fadada à desgraça. E é precisamente num momento fatídico que a vida de ambas se une. Escusado será dizer que, ao estilo de Jill Mansell, nada mais será o mesmo. Pois, como agradecimento, Orla promete apimentar a vida aborrecida de Millie. E se esta alguma vez tinha pensado que a sua vida era enfadonha, os dias de sossego acabaram no momento em que a vida de ambas se cruzam.

Cada capítulo promete despertar imensas gargalhadas e é impossível não simpatizar com as variadas personagens que recheiam esta história com as suas aventuras (algumas mais estranhas e caricatas que outras).

Mas o que mais gostei na história foi a existência de um ponto de viragem, em que tanto Millie como Orla assumem o controlo das suas vidas, como quem diz *Já chega*, resultando num desfecho, cliché (não vou mentir, estes romances tendem sempre a acabar bem) mas, simultaneamente, inesperado.

Romance Atribulado é o romance que reúne todos os ingredientes para uma leitura a um ritmo, no mínimo, vertiginoso, e sem dúvida o livro que mais gostei até agora sa autora

Classificação: 4/5

sexta-feira, 18 de março de 2016

(III) Roteiro pelo Japão

Em poucas palavras, quero dizer que encontrei o paraíso num pequeno restaurante na Malveira, cuja especialidade é... drum rolls... Sushi. SUSHIIII

Quem é que aqui gosta de sushi? E quem é que se sente incompreendido pelos seus pares que não percebem que esta é uma iguaria divinal e que em nada é igual à que se serve em buffets chineses? Vá, quero ver essas mãos no ar.

Ora bem, o restaurante Mish Mish situa-se na Malveira, em boa verdade fica-me um bocado fora de mão, mas posso dizer de boca e de barriga cheia que vale a pena cada quilómetro feito para comer cada peça. É verdade, mais uma vez sou suspeita sobre o assunto, e mais parece que estou a fazer publicidade ao sítio (não estou, infelizmente não sou paga de forma nenhuma, muito menos em sushi).

Este é um lugar agradável onde os aficionados e os que se aventuram por stars artes milenares, podem disfrutar de uma bela refeição. As peças de sushi são confecionadas em open space, onde o cliente pode observar e realizar os pedidos.

O único "problema" é a variedade ser muita, mas para quem se perde por sushi, a solução é ter-se estômago para a modalidade "all you can eat".



Saí do restaurante a rebolar *shame on me* mas não me arrependo ahah (sim, a gula é um dos meus pecados mortais *turururu*). Á semelhança dos outros roteiros, não podia faltar a componente literária. 

Quando tinha 16 anos (o tempo que já passou...) tive uma fase em que era muito adepta da cultura japonesa, e devorava tudo o que fosse animés, doramas e mangás. Recordo-me de um dia os meus pais me terem perguntado (no gozo, infelizmente) se não queria ir até ao Japão. Anyways, no sentido de dar continuidade à temática, vou voltar a ler:


Sou uma grande fã de Yu Watase, li praticamente todas as suas obras (maioritariamente online) e vi as suas adaptações em animé. Mas esta, não sei bem porquê, deixou saudades :) Como tal, vou divertir-me a recordar o quão boa a cultura japonesa consegue ser.

Fica a questão: temos por aí fãs da cultura japonesa, chinesa ou coreana? Contem-me tudo :)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Paixões Agitadas - Jill Mansell, opinião


Título Original: Mixed Doubles
Autora: Jill Mansell
Editora: Edições Chá das Cinco
Número de Páginas: 368

Sinopse:
 
O ano novo aproxima-se e Liza, Dulcie e Pru já tomaram as suas resoluções. Quando se atinge a casa dos trinta, está na hora de dar um novo rumo à vida!
 
Liza quer casar-se. Não tem ninguém em mente, mas atrair homens interessantes nunca foi difícil para si. O problema é que não consegue manter-se interessada neles depois de os conquistar.
 
Dulcie acha que o casamento é uma chatice. O seu marido até é lindo, espirituoso e charmoso, mas Dulcie quer desesperadamente mais emoção na sua vida e está decidida a divorciar-se. Pru tem tanta autoestima como uma esfregona de chão. Adora o marido aventureiro e não consegue imaginar a sua vida sem ele. Mas conseguirá manter o casamento?
 
Que planos matreiros e maliciosos tem o destino, para três amigas que acham que sabem o que querem?
 
Opinião:
 
Em mais um romance pautado por muitas gargalhadas e momentos hilariante, Jill Mansell apresenta-nos três amigas, que não podiam ser mais diferentes entre si: Liza é confiante e bem sucedida, o seu charme atrai qualquer homem, contudo nenhum se revelou o certo. Dulcie é esfusiante e tem bom coração, porém nem sempre as suas boas intenções são bem sucedidas. Pru é a mais contida das três, mas tem em si uma força e coragem que são postas á prova quando menos espera. 
 
Como bem dita o fim de um ano e o virar de uma nova página, estas três amigas formulam resoluções para que as suas vidas sejam melhores: Se por um lado Liza se quer casar, Dulcie quer trocar o marido maravilhosamente enfadonho por novas aventuras, e por seu lado Pru deseja manter-se casada. Escusado será dizer que, quando se trata de uma obra de Jill Mansell, o inesperado está ao virar da esquina, e tudo corre menos como o planeado.
 
Á medida que o enredo se desenrola, acompanhamos o desenvolvimento de cada personagem, da sua personalidade, amores, dramas e confusões, e o seu crescimento, e é curioso como Jill Mansell consegue tecer a história de cada uma numa malha divertida e inteligente, interligando-a nos pormenores mais inesperados. Ao ponto de nos questionarmos de que forma é que o mundo pode ser como uma ervilhinha, e de nos surpreender até na última página. Não esperava mesmo determinadas situações, uma das quais me levou a devorar os últimos capítulos, para terminar num Ahhhhh! acompanhado de um profundo suspiro.  
 
Este foi um livro que me surpreendeu, pois não esperava deixar-me envolver por algumas personagens, mas o certo é que além das inúmeras gargalhadas que dei, este foi um livro que me cativou e mereceu o seu lugar na estante.
 
Classificação: 4/5

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Tenho o teu núm3ro - Sophie Kinsella, opinião


Título Original: I've got your number
Autora: Sophie Kinsella
Editora: Quinta Essência
Número de Páginas: 420

Sinopse:

Dez dias antes do casamento, Poppy perde o anel de noivado. Desesperada, Poppy começa a telefonar a toda a gente para pedir ajuda e alguém lhe arranca o telemóvel da mão! Também o roubaram! Como irão agora avisá-la se encontrarem o anel? E, imediatamente, Poppy vê um telemóvel num caixote do lixo, um telemóvel abandonado de que ela precisa urgentemente. Poppy dá o seu novo número a todos os amigos e também atende as chamadas recebidas e lê as mensagens endereçadas à anterior proprietária, a secretária (que acaba de se demitir) de Sam Roxton, um empresário importante. Enquanto continua à procura do anel, Poppy mantem-se em contacto com Sam Roxton, o novo proprietário do telefone. Sam vai deixá-la ficar com o aparelho, desde que ela lhe reencaminhe todas as mensagens que receber, mas às vezes Poppy responde por Sam em assuntos profissionais e também pessoais. Não se contém. Sam também começa a opinar sobre a vida de Poppy, o seu casamento, sobre os sogros e até sobre o noivo, que talvez, não seja tão maravilhoso como ela pensava.


Opinião:

Para quem me conhece e lê aqui no blogue, sou altamente suspeita quando se trata de algum livro da Sophie Kinsella, porque, na sua grande maioria (ok, quase todos) deliro não só com a sua escrita alegre e refrescante, mas também com a maneira como aborda certas temáticas, envoltas em romance. E neste livro, que já andava super curiosa para ler, não foi nenhuma excepção.
 
Poppy está prestes a dar um passo importante na sua vida, vai casar com um homem maravilhoso, mas a sua não tão maravilhosa família, não vai ficar certamente radiante quando descobrir que perdeu a relíquia de família. Pois é, num abrir e piscar de olhos, a vida de Poppy sofre uma reviravolta que inclui um anel e o seu telemóvel roubados.
 
A partir daqui e do que a sinopse revela, a jornada de Poppy reúne os ingredientes necessários para mais um romance que tem tudo para ser animado e atribulado. Ponha a mão no ar quem é que já se viu aflito e viu a sua vida a andar para trás por ter perdido o telemóvel? (também conta quando se perde no vale dos lençóis e acordamos a meio da noite atarantados á sua procura) Eu, eu, eu! Actualmente, é comum colocarmos praticamente a nossa vida nas tecnologias, é normal recorrer ao telemóvel para consulte um contacto, um evento, uma morada, n coisas que fazem sentido na nossa vida,  contudo não me imaginava a partilhar um telemóvel com um perfeito estranho.
 
Mas é essencialmente esse pormenor que torna esta história deliciosamente interessante. Poppy faz um acordo com o seu dono, o bem sucedido Sam Roxton,  que lho empresta até recuperar o anel de noivado, mas em troca terá de reencaminhar rápida e eficientemente todas as mensagens que receber.
Á medida que estas duas personagens se vão conhecendo, a autor também revela a características que as tornam tão humanas como reais. Poppy apesar de jovial e sempre prestável, esconde as suas inseguranças, preocupando-se em demasia com os que os outros pensam de si, ao mesmo tempo que evita conflitos e tenta agradar a todos, colocando-se em segundo plano. Por sua vez, Sam que aparenta ser frio e demasiado directo, revela uma faceta mais calorosa.
 
Com o desenrolar da história, ambos apercebem que têm muito a aprender um com o outro, o que vai gerar alguma confusão em Poppy, pois no fim do dia terá uma decisão a tomar, a qual irá influenciar o seu futuro...
 
Tenho o teu núm3ro, é um romance em que o leitor se deleita com as mais variadas e caricatas situações, e por entre sorrisos e gargalhadas, acompanha as reviravoltas em que os protagonistas se vêem envolvidos. Parte de mim não resistiu em identificar-se com a doce e desvairada Poppy, e talvez tenha sido por isso que adorei o livro!
 
Classificação: 5/5


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Sê bem-vindo 2016

Boas entradas a todos!
 
Desta vez, juntei-me com uns amigos e resolvi entrar com o pé direito no novo ano em terras alentejanas!
 
Adoro a sua quietude e tranquilidade, mas desengane-se quem pensar que foi o que mais reinou por lá eheh Ainda levei um livro comigo mas não adiante muitas páginas tal foi a azáfama que preencheu esses dias.
 
Curiosamente, não comi passas, nem derivados (uvas, smarties, ou o que convier mais aos gostos e imaginação de cada um) nem tão-pouco defini resoluções a concretizar ao longo do ano.
Para ser diferente dos outros  anos, apenas desejo conseguir focar-me na faculdade, descomplicar-me a nível pessoal, e dedicar mais de mim ao blogue, que, coitadinho, tem sido negligenciado com a falta de tempo.
 
A todos vós bom ano e acima de tudo boas leituras!