quarta-feira, 23 de abril de 2014

Herança de Vergonha - Nora Roberts, opinião


Título Original: Born in Shame 
Trilogia da Herança - Vol. III
Autora: Nora Roberts
Editora: Edições Chá das Cinco
Número de páginas: 288


Sinopse:

Shannon Bodine é uma talentosa ilustradora numa das mais prestigiadas agências de publicidade de Nova York. Mas a sua vida dá uma reviravolta quando descobre a identidade do seu verdadeiro pai: Thomas Concannon. Respeitando a última vontade da falecida mãe, Shannon ganha coragem e viaja até à distante Irlanda. Mas quando lá chega, a sua solidão e vergonha desaparecem na alegria da família que ela nem sabia existir. E na linda paisagem irlandesa, impregnada de lenda e misticismo, Shannon descobre finalmente a possibilidade de um amor que estava predestinado. Herança de Vergonha continua a história das irmãs Concannon, mulheres dos nossos dias, ligadas pelo espírito intemporal da sua terra.


Sobre a Autora:

Nora Roberts é considerada um verdadeiro fenómeno editorial. Desde o dia em que começou a escrever histórias a lápis, o sucesso nunca mais a largou. Muitos dos seus mais de 150 livros foram já adaptados ao cinema e estão traduzidos em cerca de 26 idiomas.
Com mais de 250 milhões de cópias dos seus livros impressas e mais de 100 livros na lista do New York Times até à data, Nora Roberts é indiscutivelmente a escritora de ficção feminina mais célebre e amada dos dias de hoje.




Opinião:

Dois anos depois, é com um misto de alegria e nostalgia que acabo de ler a Trilogia da Herança. É um prazer voltar às descrições mágicas e luxuriantes com que a autora nos brinda sobre a Irlanda...

"Colinas atrás de verde desdobravam-se à sua frente, divididas aqui e ali por muros de rocha, fatiadas por um pedaço de terra castanha revolvida, uma súbita extensão colorida que eram campos de flores silvestres."

Assim como reencontrar as irmãs Concannon e as personagens com as quais criei empatia ao longo da trilogia.
No volume que encerra o ciclo, depois de várias buscas, Maggie e Brie dão as boas-vindas à irmã que descobriram através de cartas que o pai trocara com a mulher a quem muito amara. Como é natural, entre a bondade de Brie e os ataques de mau-génio de Maggie, gostei muito de ver como as três irmã se aproximavam, e como os laços de amor e amizade se formavam através dos mais pequenos, e, quiçá, gestos corriqueiros.

Porém, já não posso dizer o mesmo do romance que acompanha o desenvolver da história, como é quase imagem de marca da autora. Está bem escrito e descrito, não coloco quaisquer objecção, o sortudo apaixonado é um personagem digno de nota 10, quer por aspecto quer por personalidade (continuo a perguntar-me onde é que ela os arranja assim...), porém, a romântica em mim tirou férias por período indeterminado, pelo que não apreciei tanto como outrora. Pareceu-me quase... indiferente. Lia as passagens, algumas vezes quase em diagonal, e chegava-me tudo de forma muito desapaixonada.

E o facto de acontecer tão rapidamente: o cupido acertou-lhe, puff, foi amor à primeira vista, e no instante a seguir já temos algo como "-Eu amo-te Shannon. É simples. Quero casar contigo e criar uma família contigo." não abonou à situação. Claro que o que manteve o interesse foram respostas como: "-Isto não está a acontecer. Agora ouve o que eu te digo, tira esta loucura da cabeça. Não vai resultar. Estás a romancear a situação. A alucinar."

Convenhamos que apesar de ter concordado plenamente com a resposta, a atracção entre ambos é palpável, e só por isso, podemos supor que, bem ao estilo de Nora Roberts, o par romântico vai acabar por cair nos braços um do outro. (Por e de diversas maneiras) Mas não sem alguns percalços e arrufos! O que vai espevitanto o interesse.

No geral, o que me fez gostar deste último livro foi o facto de abordar o longo caminho que alguns de nós têm de percorrer, até aceitar que perdemos aqueles que amamos, mas que é possível abrir o nosso coração aos outros e perceber que é "permitido" aceitar o amor e amizade com que somos recebidos. E aí, tudo se torna possível. Até emendar antigas feridas e construir pontes.

Nora Roberts é já uma autora de eleição para mim; não tenho tantos livros na estante quanto gostaria, mas ando a trabalhar nesse sentido, conforme pais e carteira o permitem :P
Esta é a segunda trilogia Irlandesa que li da autora, e é sempre um prazer viajar para lá, ainda que para já seja só assim... Espero um dia realizar esse sonho há muito semeado cá dentro :)

Confesso que andei indecisa com o que tinha achado... entre o gostei e o gostei muito, lá arranjei algo intermédio. Para quem está habituado à autora, quer os cenários impecáveis, e as personagens fortes e bem construídas, assim como as relações paralelas que as mantêm unidas, continua tudo intacto. Penso que o que estragou um pouco, digamos assim, foi a ausência de empatia pelo casal e pelo romance em si, que tem tanto de cálido como de luxuriante. Se virem por aí uma fadinha vermelha (não sei que forma tem e só lhe estou a atribuir a cor, porque dizem que o vermelho é a cor do amor), façam-me a gentileza de a mandar para aqui, sim? ;)

Classificação: 3,5/5

2 comentários:

  1. Este foi o livro de que menos gostei da trilogia... não sei porquê, mas prefiro os outros. Hum, pensando bem, acho que não fiquei fã da personalidade da Shannon...
    Beijinho

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    Respostas
    1. Eu adorei o primeiro, talvez por me ter identificado com o mau-génio da Maggie :P
      Depois de eu achar que ela era fixe por ter rejeitado os avanços do Murphy, andou ali no vai e não vai, e no final também fiquei com essa impressão.
      Beijinho

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